quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Caras de pau!!

                                                      
 - O nobre sacana do Jáder Barbalho vai assumir seu cargo no senado (minúsculas) sob o manto do STF que validou sua eleição mesmo tendo ele sido barrado pela Lei Ficha Limpa (acusado de participar de fraudes na SUDAM, renunciou para não perder o mandato). A fraude, pouca coisa, segundo o jornal Estado de Minas só 1,7 Bi !!!
 - A reforma política, tão falada por parlamentares da situação e da oposição em janeiro, na posse, não decolou. Pra dizer a verdade, acho que foi só um teatro, o que eles fizeram, com debates inúteis e com propostas além de completamente tolas, desnecessárias. O cerne da questão, nem tocaram. (por que mexer num circo que lhes dá toda vantagem?)
 - A tal Lei Geral da Copa, uma idiotice completa, pois tudo que foi colocado como condição pela FIFA, já fazia parte do contrato assinado pelo Brasil quando foi escolhido para sediar o evento. Ora bolas, se já era um contrato assinado, como falar em quebra da cidadania agora? Outra besteira? Para que vender ingressos a preços especiais para os beneficiários de programas do governo? Será que quem ganha o Bolsa Família pode tirar 50,00 para comprar um ingresso? Tenha-me a santa paciência!
 - O Código Florestal não anda. Postergam-no enquanto podem. O pouco que conseguem votar desagrada a todos, produtores e ambientalistas. Será que não é hora de se juntar um monte de técnicos e cientistas das grandes universidades que temos e pedir-lhes uma solução?
 - A reforma da previdência, nada!
 - A reforma tributária nem tocaram no assunto. Não interessa a essa corja, mexer no lugar de onde eles tiram o nosso dinheiro. Ainda mais que, mesmo sufocada, a economia está crescendo, o que lhes garante um bom butim.
 - Em Belo Horizonte, os vereadores resolveram aumentar o próprio salário em pouco mais de 61% (o mesmo que os sacanas da câmara). O mais difícil é que eles, num arroubo de inteligência, resolveram votar essa safadeza esse ano, mesmo que sendo para valer em 2013. Por que? Ora, porque qualquer aumento tem que valer para a próxima legislatura e se eles votassem o ano que vem, teriam o desgaste que uma safadeza dessas traz. Votando agora, o povo vai espernear e questionar (uma pequena parte do povo), mas ano que vem ninguém se lembra mais, então eles não perdem votos. Vereadores de muitas cidades fizeram a mesma coisa.
 - Alguém se lembra de algum ministro demitido ou algum de seus puxa-sacos que teve que devolver ao menos um centavo do que nos roubou? E as obras nas estradas? Muitas ainda paradas por causa de fraudes. E o dinheiro que foi desviado do que foi enviado emergencialmente para sanar os problemas causados pelos deslizamentos no Rio de Janeiro? Teve prefeito cassado por isso também. Alguém foi preso? Devolveu a verba?
         Infelizmente, nada muda. Somos um país de otários, vivendo em catarse coletiva, provocada pelas televisões de LCD, computadores e carros que compramos em dezenas de prestações. Pobre povo idiota! Ou melhor, pobre povo idiotizado!
Um abraço, Paulo César Pacheco!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pimentel!


           O ministro da vez é o Pimentel. Não me cabe dizer se ele é ou não, corrupto. Entretanto posso dizer que vi com estranheza ele dizer que a empresa de consultoria de sua propriedade faturou sim dois milhões de reais em dois anos de atividades. Disse ainda que descontados os impostos, sobrara-lhe pouco mais de um milhão e trezentos mil reais. Até aí, tudo bem. Deu seu preço, prestou o serviço, emitiu a nota fiscal, pagou os impostos. Acho que o que se discute numa consultoria é semelhante ao que se fala num consultório médico, não há lei que abra esse sigilo. Ninguém é obrigado a descrever em minúcias tudo que falou e ouviu do consultor que cobrou caro pelo serviço. Nem o consultor tem como proibir que a empresa que lhe contratou sirva ao poder público. Muito menos ele deve ser previamente considerado culpado por algo inidôneo que tal empresa venha a fazer.
          Contudo, uma dúvida surgiu na minha cabeça: um milhão e trezentos mil reais, em dois anos dão quase cinqüenta mil livres reais por mês. Morando em Belo Horizonte, comendo pão de queijo e proseando no Mercado Central todo dia. O cara, de repente, fecha essa mina de ouro para ganhar pouco mais de vinte e seis mil brutos por mês, como Ministro, em Brasília, assumindo uma responsabilidade muito maior, tendo que morar longe e viajar constantemente. Vinte e seis mil brutos valem pouco menos vinte mil livres por mês. O cara abriu mão de quase trinta mil por mês por puro sentimento de cidadania, para servir a população. Vocês hão de convir comigo que é muito estranho.
          Não entendo também como pode um homem probo, idôneo, honesto aceitar ver seu nome colocado em dúvida na televisão e não se dignar a exigir respeito e reparação. Se ele é convocado a ir ao Congresso dar explicações, não é extremamente importante que vá? E, lá estando, não deve ele exigir provas do Ilícito de que lhe acusam? Não deve, por acaso, uma pessoa de bem, colocar seu conceito acima de qualquer valor? Não deve ele buscar juridicamente reparação do meio de comunicação que lhe acusa?
          Não acho que os políticos da oposição sejam mais dignos de crédito que o Senhor Fernando Pimentel, penso que basta procurar com afinco, que qualquer um acha muita coisa questionável na conduta deles. Na política do Brasil hoje, ninguém é merecedor do meu aval, nenhum político nem nenhum partido. Para mim, não passam de interesseiros que deixam a sociedade, razão da existência da política, sempre em segundo plano.
         Não aceito definitivamente que desrespeitem meu nome. Qualquer pessoa, com qualquer autoridade, que disser em público que sou desonesto, vai me ouvir de dedo em riste que exigir reparação. Isso é fato!

Paulo César Pacheco!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Meu Vizinho!

Meu vizinho!
Meu vizinho tem que morrer porque é católico.
Eu sou evangélico!
Meu vizinho em que morrer porque é evangélico.
Eu sou católico!
Meu vizinho tem que morrer porque é sunita.
Eu sou xiita!
Meu vizinho tem que morrer por é xiita.
Eu sou sunita!
Meu vizinho tem que morrer porque é negro.
Eu sou branco!
Meu vizinho tem que morrer porque é branco.
Eu sou negro!
Meu vizinho tem morrer porque é cruzeirense.
Eu sou atleticano!
Meu vizinho tem que morrer porque é atleticano.
Eu sou cruzeirense!
Meu vizinho tem que morrer porque é homossexual.
Eu sou heterossexual.
Meu vizinho tem que morrer porque é heterossexual.
Eu sou homossexual.
Meu vinho tem que morrer porque é hutu.
Eu sou tutsi!
Meu vizinho tem morrer porque é tutsi.
Eu sou hutu!
Meu vizinho tem que morrer porque é sérvio.
Eu sou croata!
Meu vizinho tem que morrer porque é croata.
Eu sou sérvio!
Meu vizinho tem que morrer porque é árabe.
Eu sou judeu!
Meu vizinho tem que morrer porque é judeu.
Eu sou árabe!
Se, todo mundo é vizinho,
Todo mundo tem que morrer?

Um abraço, Paulo César Pacheco, 12/12/2011.

Meu Vizinho!

Meu vizinho!
Meu vizinho tem que morrer porque é católico.
Eu sou evangélico!
Meu vizinho em que morrer porque é evangélico.
Eu sou católico!
Meu vizinho tem que morrer porque é sunita.
Eu sou xiita!
Meu vizinho tem que morrer por é xiita.
Eu sou sunita!
Meu vizinho tem que morrer porque é negro.
Eu sou branco!
Meu vizinho tem que morrer porque é branco.
Eu sou negro!
Meu vizinho tem morrer porque é cruzeirense.
Eu sou atleticano!
Meu vizinho tem que morrer porque é atleticano.
Eu sou cruzeirense!
Meu vizinho tem que morrer porque é homossexual.
Eu sou heterossexual.
Meu vizinho tem que morrer porque é heterossexual.
Eu sou homossexual.
Meu vinho tem que morrer porque é hutu.
Eu sou tutsi!
Meu vizinho tem morrer porque é tutsi.
Eu sou hutu!
Meu vizinho tem que morrer porque é sérvio.
Eu sou croata!
Meu vizinho tem que morrer porque é croata.
Eu sou sérvio!
Meu vizinho tem que morrer porque é árabe.
Eu sou judeu!
Meu vizinho tem que morrer porque é judeu.
Eu sou árabe!
Se, todo mundo é vizinho,
Todo mundo tem que morrer?

Um abraço, Paulo César Pacheco, 12/12/2011.

sábado, 19 de novembro de 2011

Cristo Histórico!

                                               Jesus Cristo!


               Embora hoje eu não seja cristão, nem adepto de qualquer outra religião, a figura de Jesus Cristo histórico sempre me encantou. Disse acima que não sou cristão, mas já fui um atuante, inclusive, fui cursilhista e participei de outros movimentos da Igreja Católica. O fato de ter deixado a Igreja, foi simplesmente por ter chegado uma época na minha vida onde passei a crer em tudo com lógica. Igrejas, quaisquer que sejam, têm uma visão muito peculiar de lógica. E, como acho que não se relativiza lógica e segundo me disseram a fé não exige lógica, tive que deixar de crer nelas. Não creio em nada mágico, irreal, sem confirmação. Creio que Cristo tenha existido e tenha sido um grande líder, ainda que não eu não ache que ele tenha feito mágicas. Penso que como tinha uma inteligência realmente excepcional, aglutinava e convencia as pessoas com sua oratória.
             Mas, como o assunto religião sempre foi um dos meus preferidos, nunca deixei de ler sobre elas. Ler e pensar, criar minhas conclusões sobre sua influencia na sociedade atual e antiga. O Cristo histórico me fascina porque passados mais de dois mil anos de sua existência, ele é sem duvidas uma das pessoas mais influentes no mundo. Fiquei pensando um jeito de encaixar a figura histórica dele na sociedade em que viveu. Sua grande contribuição para a humanidade e o que poderia ter causado sua morte. Ele foi tão importante que embora não se tenha comprovadamente, uma pagina sequer escrita por ele, como outros mestres, suas lições permanecem. Se bem que no meu modo de ver, completamente deturpadas, conforme espero mostrar ao final desse texto.
             Para se ter uma idéia da sua influência, precisamos comparar a seita dos judeus com as seitas cristãs de hoje, principalmente a católica. Os hebreus tinham um jeito de professar a fé em grandes templos, com rabinos paramentados finamente, sendo consideradas pessoas especiais na sociedade deles. Eram pessoas que se diziam com um “canal de comunicação” especial com Deus e que, se atendidos os sacrifícios que eles impunham à população, Ele, por meio de seus pedidos, poderia atender as necessidades do povo. Mas, ressalte-se que só eles tinham esse canal privilegiado, como acontece hoje em qualquer religião. Isso tudo num país dominado militarmente por uma potencia estrangeira.
            Penso que Cristo teria simplesmente encerrado esse monopólio, teria dito ao povo que o tal canal com Deus era aberto a qualquer pessoa e que para isso, bastava que as pessoas se amassem se respeitassem e realmente partilhassem seus bens. Que, se isso acontecesse, o mundo veria o grande milagre que é a vida em paz. Que para orar, bastava conversar com o Pai sem nada pré-estabelecido. Disse-nos que com humildade de pensamento e atos, com reverencia ao Pai e com a partilha dos bens, teríamos o contato com Ele estabelecido. Não eram mais necessários, templos enormes, enfeitados de ouro, nem mestres com vestes especiais, nem ao menos sacrifícios. Ora, se alguém tivesse um boi para sacrificar, devia dá-lo a quem tem fome.
             Eu disse que desvirtuaram seus ensinamentos porque hoje, as igrejas agem exatamente como os judeus antigos, com seus imensos templos, seus pastores que cobram seus serviços, seus papas vestidos de ouro e morando em castelos. E, mais importante, se dizendo também com o tal “canal especial” de comunicação com Ele.
              Se, não temos nada escrito por Jesus Cristo, nem por contemporâneos dele, que possam ser datados e autenticados é porque, penso eu, sua influencia foi tão grande, e seus textos tão bons que foram destruídos ou, a mensagem tão simples, que dispensava registro.
Cristo pregava o total desprendimento de bens materiais, a busca absoluta pela paz e um Deus extremamente fácil de ser alcançado. Completamente o contrário de tudo que se pregava na época, um Deus que exigia sacrifícios e regras complicadas. Então, o que Cristo pregava não interessava definitivamente a eles, pois, com um Deus assim, deixa de ser necessário ter alguém para interpretar as mensagens divinas, torna-se desnecessário o intermediário. Se o povo acreditasse que nada além desta mensagem simples era necessário, os mestres perderiam influência e poder.
             Ele pregava um mundo onde não existia um povo escolhido, pois se tem um escolhido, tem vários rejeitados. Pregava a igualdade entre todos os povos, o que também certamente não agradaria politicamente aos mestres religiosos e aos reis da época. Imagino que ele pregava que o grande milagre seria que a vida é para ser vivida livre, que ninguém tem direito de ter servos, que as guerras eram erradas. Que o Deus que criou o mundo não dava vantagem a nenhum povo na Terra.
             O povo que seguia a Cristo, após sua morte, continuou se encontrando em catacumbas, justamente porque eram perseguidos, creio que principalmente pelos radicais religiosos, que não queriam perder o poder que o novo jeito de ver Deus lhes tirava. Mais tarde, quando os romanos se converteram à nova religião, os seguidores de Cristo viram que conseguiram certo destaque, passaram de perseguidos a influentes, no maior poder da época. Seus líderes então passaram a usufruir dessa influencia e deixaram o modo simples de vida pregado tão insistentemente pelo seu mestre. Seus líderes passaram a ser tratados como representantes do novo Deus. Certamente passaram a usar paramentos especiais, a se enfeitar, a exigir tratamento especial. Por isso, criaram a estrutura da Igreja Romana que temos hoje.
            Na idade média, com a Inquisição, a igreja atrasou o desenvolvimento da humanidade em alguns séculos justamente pelo mesmo motivo que fez os líderes judeus perseguirem Jesus Cristo, o medo de perder poder à medida que a população criasse condições de contestar suas leis. Na historia tem papas que cometeram atrocidades em nome de um Deus que pregava, sobretudo, a paz.  Martinho Lutero, quando quis mudar esses aspectos na igreja foi expulso e quase queimado. Saindo então para fundar sua igreja protestante, que hoje também se encheu dos mesmos vícios.
             Não creio que Cristo tenha sido um mágico, que fizesse coisas sobrenaturais. Acho que simplesmente foi um cara extremamente inteligente, com um poder de persuasão sensacional, que aglutinava as pessoas à sua volta, como já disse acima. Convencia-os a viver em paz, a ver o mundo não como algo a ser conquistado, mas, algo a ser partilhado. Por isso, foi preso e morto num mundo onde se matava para conquistar coisas em nome de Deus. Era inadmissível seu jeito de ver Deus e de ensinar isso. Pena que de jeito nenhum ele conseguiria convencer a todos no mundo, ele não considerava o fato de o ser humano não abrir mão do poder. Cada um de nós acha que, se for possível conseguir mais bens, conseguirá mais tranqüilidade na vida. É muito difícil a um homem rejeitar poder que lhe é oferecido. Por isso as igrejas nunca rejeitaram, pelo contrário, elas o acumularam o quanto puderam.
            As igrejas, todas elas, só conseguiram a influencia que têm na sociedade porque vendem um produto impossível de verificar se foi realmente entregue, a vida eterna. No caso dos milagres, o que acontece de sucesso é milagre, o que acontece de errado, é o fiel que não conseguiu a graça e Deus tem lá seus motivos para não conceder. Pode ter sido, como no caso das igrejas evangélicas, que o fiel não pagou o dízimo direito ou não teve a devida fé na prece. Ou como no caso das católicas, que o fiel não fez a promessa direito, não doou o que realmente devia para a igreja ou não pediu para o santo certo.
           Como nós, humanos, achamos que o correto é ter alguém que nos trate de forma diferenciada dos outros, buscamos aceitar tudo que o pastor diz ou ser fieis de um determinado santo. A idéia é que, sendo representado por alguém influente, Deus nos atenderá de forma diferenciada. Por isso, reverenciamos seres humanos comuns, como padres, bispos, papas, pastores e mesmo quem já morreu. Simplesmente porque achamos que essa pessoa nos garantirá um tratamento diferenciado por parte de Deus.
           Penso que o adorno que um Papa, um Bispo, um Rabino Judeu ou um mestre de qualquer religião use na cabeça, não é em nada diferente de um cocar que um pajé use numa tribo remota do Amazonas, ou no interior da África, ou na Oceania. A função é exatamente a mesma, mostrar para a comunidade toda que aquela pessoa tem o tal canal especial com Deus e que se alguém quiser ou precisar de algo, tem que se submeter às regras impostas por ele ou pelo sistema que ele representa.
           Disse que não creio num Cristo mágico, não creio mesmo. Tudo no mundo tem lógica e não vejo a menor lógica em um pai deixar o filho inocente morrer sofrendo para dar exemplo de justiça. Ora, justiça seria o pai não deixar o filho sofrer. Não consigo entender um Deus tão cruel como as igrejas pregam. Se, elas não pregassem um Deus assim, o povo não teria porque temer e não teria que pagar para ter o que precisa. Como entender que um Deus seja generoso e amoroso e exija um sacrifício tal qual Cristo passou para estar de bem com seu povo? Como imaginar que um Deus assim condene uma criança que morreu sem um determinado batismo a viver a eternidade nas trevas? Penso que é justamente esse tipo de relação com as religiões que faz com que as pessoas valorizem tanto os intermediários que existem nelas. É o medo de Deus. Como querer que alguém questione um Deus que é mostrado assim, cruel e inacessível?
           Aliás, acho que nas igrejas a ultima coisa que se vai encontrar é democracia, Deus é mostrado como um ditador que não aceita sequer que seus livros sejam interpretados fora da igreja. E cada igreja é mais arrogante, propagandeando-se como a única certa. Quem quiser o paraíso tem que ser através dela. Mas, se Deus não aceita questionamento, como saber qual realmente é certa? E, quem estiver na errada, vai pro inferno? O discurso de Cristo ia de encontro a tudo isso, explicava tudo que precisávamos para viver em paz entre nós e com o criador. Penso que ele falava de um socialismo real, onde cada um precisaria apenas do necessário para a vida. Onde se alguém tivesse mais recursos do que necessitava, dividiria espontaneamente.
          Pena que tal socialismo não funciona, nem com mágica. As pessoas não deixam de acumular, ainda que não precisem. Infelizmente, é da natureza humana, não desperdiçar oportunidades. Por isso, não deixamos nunca de usufruir vantagens que nosso cargo nos confere, qualquer que seja esse cargo. Cristo pregava Deus acessível a todos, porque então, suas igrejas separam os fieis de acordo com as classes sociais. Se um pobre morre, nem sempre consegue um padre para lhe encomendar a alma. Mas, se morre alguém influente na sociedade, logo surgem bispos e até mesmo cardeais para lhe fazer uma prece mais poderosa. O mesmo acontece nos casamentos. Creio que os fieis pensam assim, pois que diferença faria uma prece feita por um pastor, um ministro, um padre ou um bispo? Sendo uma igreja justa, que prega um Deus justo, nenhuma! Pois penso que esses privilégios de classe foram combatidos por Cristo.
           Muita gente, inclusive integrantes das igrejas, todas elas, se tiverem condição de acumular recursos, acumulam. Muitas vezes até mesmo sem o devido respeito ao alheio. Vejo padres, (cantores, por exemplo) que, ao fazer sucesso e ganhar dinheiro, deixam de lado a vida de sacrifício e de pobreza. São donos de um dom natural e por isso, com direito a possuir bens, isso é certo. Não questiono o direito de ninguém ganhar dinheiro com um talento próprio, se honestamente. Questiono alguém que fale de um Deus que prega o desprendimento, e use o dom que tem de forma comercial. Ele pratica uma concorrência desleal com outros que têm o mesmo dom, pois, esse padre ou pastor, além desse seu dom, tem também o público já cativo da religião.
           Imagino Cristo pregando no alto de uma colina ou no centro de uma praça. Não o vejo dentro de um templo imenso, todo adornado de ouro e pinturas. Vejo-o dizendo da simplicidade de encontrar Deus em toda a natureza. Vejo-o enaltecendo o valor da vida com o sendo o grande milagre do Criador. Dizendo que a partir daquele momento, não teríamos mais que acumular riquezas, nem teríamos mais tradições complicadas. Que de nada adianta pagar dízimos, fazer jejuns, implorar misericórdia, enfeitar templos, matar bois e carneiros. O que realmente importa é o quanto respeitamos o Criador e sua criação.
          Cristo foi um pregador político, questionava o excesso de poderes dos mestres judeus, poderes esses, que eles mesmos se davam aterrorizando a população com o Deus que pregavam. Ainda hoje, essa mensagem é extremamente atual. As igrejas conseguem fieis por duas maneiras, primeiro, claro, com promessas de resolver os problemas terrenos de todos, magicamente, como as evangélicas. A segunda, fazendo crescer um medo de um Deus extremamente punitivo e uma vida eterna extremamente difícil de ser alcançada. Muitas pessoas não questionam nada nas igrejas, não por convicção, mas por medo de realmente ao morrerem serem encaminhadas para o inferno, num julgamento sumário, sem nem ao menos direito de defesa. Vejo hoje num programa de televisão de uma emissora católica, um professor dizer textualmente que a igreja não é uma democracia. E que é assim por ter sido criada por Deus em pessoa e seus dirigentes também serem diretamente escolhidos por ele. Disse ele que nem sempre a vontade da maioria é o certo e, se fosse uma democracia, a igreja católica já teria se extinguido.
          Penso que fica bem claro meu pensamento do inicio deste texto. Definitivamente não é interessante para uma elite religiosa dominante que o povo saiba que têm acesso direto a Deus, que não precisa pagar pelos préstimos de intermediários.  Penso que tudo que não é democracia, é ditadura, e não existe justiça em nenhuma forma ditadura.
         Citei mais aqui as igrejas cristãs, mas, esse é o meio de trabalhar de todas as crenças. Ou alguém imagina outro motivo para um muçulmano se encher de bombas e se explodir matando outras pessoas só por que têm religiões diferentes? Aliás, um dos grandes motivos de guerras em todos os tempos é o religioso. Cristo disse que ninguém deveria matar por nada, muito menos pelo Deus que criara a vida. As pessoas sempre se acham no direito de até mesmo matar se necessário, para salvar as almas de quem não pense igual eles.
          Com o crescimento da influência da igreja no Império Romano, seu poder político cresceu e ela se viu no direito de ter patrimônio e esse fez com que sua influência crescesse. Criar patrimônio é completamente o contrário do que o Cristo histórico pregava. Isso, aliado ao fato do povo precisar sempre de milagres momentâneos, criou as igrejas que temos hoje.
Um imenso abraço, Paulo César Pacheco, 13/01/2010!
Obs – Texto começado anteriormente, data não incluída. Essa data acima é a da última atualização.



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Assembléia de MG.

                                                                   Assembléia!
        Parece que nossos deputados estaduais resolveram mesmo trabalhar de costas para o povo. Eles, depois de agraciar Ivete Sangalo, uma cantora baiana que nada fez pelo povo mineiro, agora resolveram dar a medalha da “Ordem do Mérito Legislativo” para esse Roberto Jefferson, deputado cassado e réu confesso no caso do mensalão. Não sei quem mais ganhou tal medalha, mas tivesse eu, ganhado uma, jogaria fora imediatamente. Não gostaria ter nada que igualasse minha honra à desse senhor.
       Ele nada fez pelo povo brasileiro, a não ser jogar no ventilador a m... do mensalão e, creio eu, não o fez por hombridade, e sim por ter sido alijado de alguma vantagem. O fato de políticos do naipe desse senhor Roberto Jefferson se reelegerem sempre é que me prova que voto tem mesmo que ser facultativo. Qualquer pessoa que leia e debata sobre política não vota em políticos assim. Penso que quem os elege faz parte de dois tipos distintos de eleitores: um que o faz ludibriado por promessas de falsas vantagens, outro por se achar esperto e ai sim, vota realmente em troca de ganhos.
      Meus pesares aos nossos deputados. Provaram que ética não é realmente importante para eles. E pensar que habitam funcionalmente uma casa que deveria ser sagrada, dado os grandes homens que por lá passaram. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Lucidez e senilidade.

Lucidez e senilidade.

        Na nossa vida cada etapa tem seu valor e seu propósito de acordo com o que a natureza acha melhor para a continuidade da espécie. Quando somos crianças, temos que aprender com os adultos o que será importante na nossa vida. Quando somos adultos, temos que lutar para defender nosso território, buscar caça e procriar, usando justamente o que aprendemos com os outros. Não podemos nos esquecer que tudo que sabemos hoje, é fruto de descobertas anteriores, que nos foram passadas pela escola ou pela convivência com os mais velhos. É através destes conhecimentos que conseguimos cumprir nossa função na vida. Por isso, devemos dar valor a cada etapa da vida, cada uma tem sua importância num todo.
        Quando somos crianças, queremos envelhecer para sermos adultos logo. Queremos que o tempo passe logo. Temos a impaciência como característica principal. Tudo é muito urgente! Quando nos tornamos adultos, não queremos nos tornar idosos, como se possível fosse ficarmos no nosso auge físico por toda a eternidade. As pessoas começam a se modificar artificialmente, como se envelhecer fosse um castigo. Deveríamos considerar uma dádiva, afinal, nem todos envelhecem. Só os mais aptos, sadios e fortes passam vivos pelas outras fases da vida.
       Quando somos adultos jovens, somos fortes e atraentes, porque precisamos disso para poder procriar e cuidar da nossa cria. Mas, quando passamos para a velhice, não temos mais que procriar, tampouco temos que lutar para defender nossa cria. Por isso temos que achar outros prazeres na vida. Nunca uma mulher de setenta e cinco anos, por mais produzida que seja vai ser mais atraente que uma jovem, nunca. Essa mulher não reproduz mais e temos que saber que nossa libido existe em função da reprodução. Também um homem idoso, por mais que as mulheres o rodeiem, não tem como competir com um jovem. Mesmo que queira, seu pênis não fica ereto mais. Somos assim para que após nossa idade fértil, nos preocupemos com a pessoa ao nosso lado. A natureza sabia como é nos fez de forma que nossa vida tenha a cada etapa um sentido. Teremos uma vida em que nos proporcionaremos prazer, claro, mas nem eu nem ela somos mais reprodutores no mercado.
Não podemos achar que isso é ruim, isso é só conseqüência do tempo que vivemos, nessa época, já teremos vivido muito e certamente procriado, passado nossos genes pra frente. Não adianta a mulher se encher de plásticas, ou o homem passar a tomar cartelas inteiras de Viagra.  Não será mais do mesmo jeito!
          Então, nossa função na sociedade será de ensinar aos mais novos tudo que aprendemos. Tentar facilitar a vida deles, pois, como carregam nossos genes, eles são a nossa eternidade! Quanto mais ensinamos a eles, mais teremos a certeza de que sobreviverão, passando nossos genes à frente.
Somos a única espécie que sabe que um dia vai morrer. Por isso temos religiões e muita gente crê nelas. É muito difícil aceitar que depois da vida não haja nada. É aterrador! Mas a natureza sabia nos dá uma mão nessa hora, ela nos tira a lucidez, nos torna senis.
        Vejo pessoas lutando contra a senilidade, que antigamente chamávamos de caduquice, quando na verdade devíamos agradecer o fato de perder a lucidez. Imagine um senhor ou uma senhora de noventa e cinco anos, certamente essa pessoa sabe que não tem mais que cinco anos de vida, sabe que a cada dia que acorda pode ser o ultimo. Dá pra enlouquecer de angustia. Bem melhor é não saber de nada, não temer a morte, nem ter consciência de que ela virá cedo ou tarde. Melhor viver num mundo que só existe na nossa cabeça. Um mundo sem principio ou fim. Sem nada do que aprendemos ou valorizamos.
        Pessoalmente acho que o esquecimento na velhice, tão combatido pela ciência, deveria ser comemorado, ele não é um mal, ele é o reconhecimento pela natureza que a nossa parte foi feita e que não sofreremos na morte. É a forma que a natureza encontrou para que a gente não encare o próprio fim.
É evidente que uma pessoa senil dá muito mais trabalha para quem cuida dela. Mais gastos também, mas, se tivermos feito nossa parte bem feita, teremos recursos para essa etapa da vida. Teremos alguém para nos cuidar. Ou melhor, deveríamos ter tais recursos, mais aí já é outra historia. Definitivamente não quero ser lúcido aos noventa anos!
       Enfim, ao invés de lutar contar a velhice, acho que devemos aproveitar os prazeres de cada etapa da vida e buscar naturalmente a felicidade em cada possibilidade. Se minha parceira de longa data não é mais atraente, certamente ela tem outras qualidades que me prendem. Se não puder mais fazer sexo, vamos juntos caminhar na praia, ver o por do sol, abraçar os netos, vê-los crescer.


Um abraço, Paulo 28-03-2008.




domingo, 16 de outubro de 2011

Renovação!

Renovação!
           A gente vê sempre pessoas criticando o fato de os novos deputados serem jogadores de futebol, artistas, palhaços, boxeadores, gente famosa afinal. Embora seja calamitoso colocarmos nas mãos dessas pessoas que nada têm além da fama o importante trabalho que é legislar e fiscalizar o executivo, o eleitor o faz por simples falta de alternativas. Essas pessoas são eleitas porque já têm fama, são conhecidos, ao contrário de um grande médico, ou um grande engenheiro, um grande advogado, que, por mais capacidade e boas intenções que tenham, não são conhecidos, por isso precisariam de uma propaganda ostensiva. Ora, como conseguir competir com já tem mandato? Sim, porque além desses famosos, concorrem com chances de ganhar, só quem já tem mandato, seja de deputado estadual, ou vereador ou prefeito. Ou seja, são políticos profissionais, conhecem os meandros das verbas, dos patrocínios. Não se importam de se comprometer com o que tem de viciado no jogo, pois são parte dele. Ninguém chega à Câmara Federal sem ter ou sem ter tido outro mandato ou ser famoso ou claro, ser filho ou assessor de outro político. Se alguém chegou, peço que me digam quem foi.
            Um cidadão comum, não tem a menor chance, por mais capacidade que tenha, exatamente por não se imiscuir nesse lamaçal, o que é essencial para se ter acesso aos dinheiros doados por empreiteiras e demais “bem-feitores”. Por isso nada muda. Por mais que mudemos os nomes dos parlamentares na Casa (com maiúscula) mais importante da democracia, mudam-se só os nomes. Os métodos, os valores, continuam. O sistema é propositalmente nefasto. Montado, regulamentado e fiscalizado por eles mesmos para preservar no poder pessoas que definitivamente não são comprometidas com leis que igualem os cidadãos, pois se assim fossem, igualariam as chances de qualquer pessoa alcançá-los. Muito pelo contrário, sua prioridade é transformar o mandato num poder hereditário. Transmitem-no aos filhos quando ficam idosos ou à esposa quando impedidos. A região de sua influência, transformam num feldo medieval, que disputam quase no tapa quando outro candidato se propõe a conseguir votos lá. Neles, seu poder é inquestionável, baseado na ignorância do povo que aceita se submeter em troca de pseudo-vantagens, como se estivéssemos no Brasil colonial, sem leis, sem comunicação.
           É pena, mas o povo gosta de políticos profissionais, que, por terem influência trazem verbas e vantagens para a cidade ou o bairro. “Que importa se ele é corrupto, bandido. Se é amigo do ministro, do governador, do presidente, temos que votar nele para nossa cidade não perder”, dizem na época das eleições. Não é fácil alguém que tenha apenas idéias, capacidade, idoneidade e boas intenções, competir com quem tem verbas para oferecer.
         É pena!!
Um imenso abraço, Paulo Pacheco, 15/10/2011.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Democracia!

Democracia.
           O que é realmente democracia? Já achei que fosse um sistema em que a vontade de cada cidadão valesse. Mudei meu conceito. O correto, penso eu, é que na democracia, o que vale é a vontade da maioria. Por isso, o ideal democrata é o mais difícil de ser seguido, pois ele supõe aceitar que a vontade de outros também possa sair vencedora em determinada disputa. Ainda que tenhamos a certeza que nosso ponto de vista seja melhor para o todo, ainda que em nada concordemos com outra proposta, uma vez submetida a escrutínio, o resultado tem que ser aceito. Por isso a democracia, para ser legítima tem que ser baseada em leis, em regras, não em influência. Tem que ser baseada, lastreada em uma imprensa livre, com direito de opinião e sujeita às leis que a obrigue a se responsabilizar pelo que veicula.
         Não concordo definitivamente com o voto dado a bandidos condenados, ainda que numa única instância, como temos vários de nossos congressistas. Mas, se a lei permitiu que se candidatassem e os eleitores os escolheram, essa opção tem que ser respeitada. Penso que o que me cabe fazer é tentar mostrar, explicar para as pessoas que devemos escolher melhor, com critérios justos (lembrando sempre que esse é o meu critério, portanto, é justo do meu ponto de vista).
         O mal da nossa democracia é que a vemos como o meio de tirarmos vantagens, seja para nossa cidade, nosso bairro ou buscando vantagens pessoais, como um emprego, uma cesta básica, um remédio, etc... Isso na realidade não é democracia, porque como se baseia na busca única da vantagem, deixa de fazê-lo tendo a comunidade como um todo, como norte e, por isso, deixa o mais importante de lado que é fazer com que ela, a sociedade, viva sob regras claras, duráveis, justas e igualitárias. Nossas leis são adaptadas de acordo com a vontade ou necessidade do ocupante do poder.
         O fato é o seguinte: sendo democrata ferrenho, creio que mesmo que as pessoas não vivam a democracia plena, é assim que escolheram viver. Cabe-me então aceitar a escolha da maioria, que é viver governado por pessoas cuja reputação é questionada diuturnamente. Devemos mudar? Claro! Mas dentro das regras, com conscientização da população, com educação, com exemplos. Mobilizando a sociedade, tornando-a a par da função de cada poder, valorizando a dignidade, o respeito ao invés da esperteza. Essa mudança, para ser duradoura, nunca deve ser afoita, violenta.  O fato de bandidos conseguirem levar vantagens por não terem escrúpulos, não me permite usar de meios escusos para conseguir poder, eu estaria, nesse caso, me tornando tão bandido, quanto os que digo questionar.
        Quanto tempo demora uma mudança dessas? Não sei, mas, se quero que ela dure por muito tempo, ela tem que ser bem cimentada. Não tem como ser diferente. As revoluções violentas, como nunca têm o apoio total da sociedade, e se baseiam na fala de um líder ou um grupo deles, podem até mudar um sistema, mas o resultado mais certo é que trocam um ditador por outro. Um sistema viciado por outro.

Um abraço, Paulo César Pacheco, 12/10/11!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desnuda!

Desnuda!

Uma moça desnuda,
No pescoço uma jóia azul,
Uma pedra bonita num cordão de ouro.
O cabelo grande, solto, louro e cheio,
Que o vento faz questão de balançar.
No rosto um sorriso imenso, bonito.
Nas mãos uma flor vermelha,
Que ela leva ao rosto e sente seu perfume.
No corpo uma única peça de roupa,
Uma pequena e linda calcinha branca.
Nos pés sandálias amarradas nas pernas.
Com salto alto, fino e sensual, ela desfila.
Seios magníficos, lindos, grandes, perfeitos,
Movimentam-se suavemente com seu andar.
Que idade ela tem?
Não sei!
Não importa!
Deusas não têm idades!
Caminha sozinha no meu sonho,
Ouvindo as músicas que enchem minha cabeça.
Seu sorriso é só meu,
Enfeita apenas o meu jardim imaginário,
Ou real, não sei ao certo,
Que existe na minha cabeça de poeta, de romântico.
Só eu a vejo, só eu sinto seu perfume.
E, nele, a noite é sempre quente, de lua,
Com uma penumbra ilógica, enevoada, da noite seca.
Assim ela vem toda noite.
Surgindo da névoa,
Caminha sorrindo, sorri caminhando.
Se, é certo dizê-la seminua,
Certo seria também dizê-la semi-vestida?

Um imenso abraço, Paulo César Pacheco, 27/09/11.

domingo, 18 de setembro de 2011

China!

China!
            Princípio da década de oitenta. Um empresário americano tem mil empregados numa fábrica de eletrônicos. Produtos de grande aceitação no mercado e com muita concorrência. Então ele descobre que se produzir na China ao invés de fazê-lo nos Estados Unidos, terá um produto mais barato, ainda que de qualidade inferior, mas, mais barato. Ele então não tem dúvidas, demite seus funcionários, monta uma parceria na China e passa a produzir lá e com seus preços muito abaixo dos concorrentes, ganha fácil o mercado. Num curto espaço de tempo, é entrevistado por redes de comunicação para explicar o sucesso de seu empreendimento. Pouco tempo depois, outro e mais outro e mais outro ainda seguem o mesmo caminho. De repente, já quase não tem fábricas no seu país. Um país que outrora era exportador de manufaturados e tecnologia de repente se vê importador de tudo e passa a depender do consumo interno para manter a economia rodando. Mas, como manter consumo interno se, os empregos foram exportados? Sem os bons empregos nas fábricas, as pessoas se endividaram, acreditando numa propaganda de que o giro do crédito é fácil. Você compra uma casa financiada (hipotecada, como dizem lá) refaz o financiamento por um preço maior e com o dinheiro que sobra, você a enfeita, troca o carro e assim vai aumentando sua dívida garantida pela mesma casa, pois como todo mundo faz a mesma coisa, o preço das casas sobe e o gerente do banco te liga informando isso e que você pode, por isso, pegar um pouco mais de dinheiro. Uma imensa bola de neve vai se criando. O dinheiro, que na realidade é gerado com a produção e existe para comprar produtos, claro, e bens, se torna fictício, pois, o que ele compra é algo que já tinha sido comprado. Nada é realmente produzido. E, não se produziu nada porque as fábricas estão produzindo riquezas reais noutro lugar. Todo mundo ainda te emprestar dinheiro, pois os bancos também gostam da ciranda, pois como o mundo inteiro compra seus títulos, sem saber, claro, que são sustentados em vento, a roda gira e a bola de neve cresce.
            Até que um dia, alguém não consegue mais rolar a própria dívida e isso se transforma numa onda, todo mundo vê que na realidade, suas casas estão muito acima do preço real e que não podem mais pagá-las. Como não conseguem rolar a bola de neve, não conseguem mais consumir nada. O comércio sente e começa a demitir os empregados. Os bancos no mundo inteiro se vêem de repente com uma montanha de papéis que mesmo não valendo nada no mundo real, representam peso nos seus balanços. Os governos vêem a crise e emitem uma montanha de dinheiro de vento para salvar os banco e estimular a economia. Solução por pouquíssimo tempo. Não demora e a crise que era dos bancos passa a ser dos Estados, pois, como emitiram dívidas para socorrer os bancos, usaram dinheiro inexistente, agora, os bancos, ou melhor, os banqueiros, que não são bobos, não querem socorrer os Estados. Ninguém rasga dinheiro que seja seu ou que seja dos outros, mas que possa ser apropriado.
          Pois bem, qual a causa da crise? Não teria sido lá atrás, quando, na expectativa de ganhar mais, os empregos foram levados para outro lugar onde as pessoas não tinham ou não têm ainda direitos, e por isso a mão de obra muito mais barata? Penso que, mesmo que se consiga produzir mais barato, sem empregos nas fábricas, diminuem os bons salários e, sem estes o consumo seguro, o crédito seguro. Ainda que tenha existido num primeiro momento a impressão de que havia crescimento, ele era falso, pois baseado no consumo de uma população cuja maioria perdera os melhores empregos.
        Pois bem, todo esse texto (que embora pretenda mostrar uma realidade, foi baseado na história de um empresário fictício, claro) é para mostrar algo que acontece hoje no Brasil. Leio constantemente nos jornais que as importações de produtos chineses estão invadindo o mercado brasileiro. Vejo isso no dia a dia também. Li no jornal de hoje (Estado de Minas, 18/09/11) que muitas empresas brasileiras estão transferindo sua produção para lá. Dizem os empresários que o movimento é de defesa, se não fizerem assim não competem e correm o risco de fechar.
         Essa semana o governo brasileiro aumentou o imposto de importação de carros, buscando encarar diretamente as fábricas chinesas e coreanas que estão começando a fazer sombra. Temo que isso seja inócuo. A diferença de preços é tamanha que essa medida vai causar é o aumento do preço dos produtos brasileiros, não a diminuição das importações. O correto, creio eu, seria baratear e melhorar nossa produção, fazendo com que nossas indústrias fiquem aqui, produzam riquezas reais aqui. Como? De imediato, diminuindo a corrupção, diminuindo a burocracia, tendo regras claras. Isso só, já faria os gastos públicos minguarem e, com isso, teríamos juros civilizados, menores impostos e claro, consumo consciente. A médio prazo, melhorar a educação. Isso é fundamental para perpetuar a competitividade.
          A pergunta que faço é: Será que o que está acontecendo aqui não é parecido com o que aconteceu em outros países?

domingo, 11 de setembro de 2011

Reforma política!

Proposta para a reforma política.

Voto facultativo – Vota quem gosta, lê e conversa sobre política. Pessoas que sabem qual a função de cada poder, por isso é um voto muito caro para ser comprado.
Financiamento público de campanhas – Bem regulamentado e fiscalizado, tira as empreiteiras, bancos, e demais empresas da campanha política e, por conseguinte, elimina o dever que o eleito tem para com seu patrocinador. Aceito o financiamento privado apenas por pessoa física, com recibo e dedução no IRPF.
Fim das emendas parlamentares ao orçamento – Tanto faz se para prefeituras ou para ONG’s, deputados não deveriam ter o poder de destinar dinheiro público para nada. Isso é função do executivo. Se valesse, não teríamos deputados que são nada mais que despachantes de prefeitos em busca de verbas, nem ONG’s picaretas.
Fidelidade partidária – Quem for eleito por um partido deve concluir o mandato por ele. Se mudar de partido, perde o mandato. Salvo com autorização judicial (desavença ideológica, constatação de erro de conduta por parte dos integrantes do partido, por exemplo).
Cláusula de Barreira – O partido que não conseguisse pelo menos cinco por cento dos votos na eleição seria extinto. Com isso, fortaleceríamos os partidos, eliminando os partidos criados só para abocanhar uma fatia do Fundo Partidário e para vender os minutos na propaganda política na TV.
Voto aberto nas sessões da Câmara e do Senado – O voto do deputado ou do senador, pertence ao eleitor que votou nele e esse tem, portanto o direito de saber como ele está votando.
Fim da imunidade parlamentar – Os legisladores não deveriam ter o direito de pedir a imunidade parlamentar para crimes que não se relacionam com o parlamento diretamente.
Voto no Distritão – Com o fim da eleição proporcional. Cada estado seria um distrito eleitoral. Quem tivesse mais voto seria leito, indiferente de quantos votos o partido conseguisse. Nesse caso o palhaço Tiririca não teria levado mais três candidatos - que o povo não queria eleitos, diga-se de passagem - com ele.
Prioridade de julgamento – Todo agente público envolvido em qualquer crime que fosse teria sua apuração e julgamento executados com prioridade pelo Judiciário. A pena, por causa de a pessoa ser pública, deveria ser dobrado, com seus bens arrolados para leilão e ressarcimento ao erário em valor dobrado ao desviado e em prazo não maior que um ano.
Redução dos cargos comissionados – Redução drástica dos cargos comissionados. Funções técnicas, tanto em estatais quanto na administração direta não deveriam ficara a cargo de políticos.
Criação de ministérios – O executivo deveria ter um número de ministérios (ou secretarias estaduais) que deveria ser fixado pelo Congresso. O aumento desse número, só com aprovação do Congresso Nacional.
Paulo César Pacheco, 11/09/2011.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Água boa e água má!


Água boa e Água má

    Sei que o título deste texto é meio esquisito, mas é proposital que cause esta sensação.
    Tudo na vida tem um motivo, um alvo, um final buscado. E com a água não é diferente, toda água busca o lugar mais baixo, ou seja, o mar, isso porque toda enxurrada por menor que seja chega a um córrego e este a um rio que sai num outro maior que acaba chegando ao mar. Quando disse “água boa” quis dizer aquela água da chuva fina, que um matuto um dia definiu pra mim como sendo “água de molhar terra” porque sendo fina e constante penetra na terra, encharcando-a. As pessoas gostam de se molhar numa chuva de “água boa”. A “água boa” também chega ao oceano, porem não briga com seus obstáculos, ela sempre procura um jeito de contorná-los, sem destruí-los. Quando não pode a contorná-los cresce lentamente e os ultrapassa, mas, não sem negociar, para ultrapassá-los ela tem de deixar um pouco dela retido no obstáculo. Mas ela passa! E assim vai vencendo seus desafios até chegar ao seu destino, o mar. E chega depois de irrigar muitos lugares, refrescar muitos outros e de deixar todos agradecidos com sua passagem. Chega sem ter comprado briga com ninguém, sem ter destruído nada, só fez coisas boas.
     A “água má” também desce com a chuva, mas não com a chuva fina, ela vem com as tempestades, ela não cria aquela enxurrada pequena, ela vem logo devastadora no seu primeiro contacto com a terra. Arrasa tudo que pode ser arrasado por onde passa, ao invés de molhar aterra ela arrasta a terra consigo, entope os córregos, destrói o que pode se destruído, faz com tenhamos medo dela, faz com que a respeitemos. Ninguém sai numa tempestade! Ela não negocia com seus obstáculos, ela os derruba!
     Mas, mesmo a mais má das águas encontra um obstáculo que ela não pode vencer, então ela tem que se tornar “água boa”, represada ela se torna mansa, mas como o obstáculo é maior ela sempre tem que deixar um tanto muito maior dela pra trás para conseguir chegar ao oceano. Então ela se amansa!
     Podemos ser na nossa vida “água boa” ou “água má”, depende das escolhas que fazemos ao longo da nossa vida. Creio que nosso oceano seja a nossa velhice onde poderemos descansar e ver nossa família criada, ou seja, nos sentiremos realizados. Se formos “água boa”, negociaremos com nossos problemas, discutiremos de forma sensata, negociaremos, cederemos um pouco em tudo, mas, manteremos o nosso essencial, nossa dignidade e chegaremos crescidos ao nosso oceano.
     Se escolhermos ser “água má”, teremos uma vida cheia de brigas, onde não aceitaremos perder nada, não negociaremos nada, vamos pensar ser os donos de tudo, sem importar o quanto de gente sairá machucada, ou perderá algo para nossa arrogância, nada importa. Até que um dia, encontraremos um obstáculo ante o qual teremos que nos curvar, aí, como não sabemos negociar, certamente vamos apanhar um bocado. Este obstáculo pode ser uma doença, uma perda, uma cadeia, ou um acidente, sabe-se lá, quanta coisa na vida é difícil de transpor! Como nunca negociamos nada, não teremos nem amigos para nos ajudar a transpor este desafio. Estaremos sós!
     Quero ser “água boa”, envelhecer tranqüilo, espero que rodeado de amigos, sem magoar pessoas, tentando cativa-las. Sei que terei muito mais força, mais saúde, menos rugas e as que surgirem serão comemoradas ao invés de retiradas ou escondidas.
      Sei que ainda não consigo negociar tudo, mas estou tentando aprender. Espero conseguir!!

Paulo, 09/01/2006!



domingo, 7 de agosto de 2011

Falta d'água!

Falta de água!
            Foi noticiado, nessa última semana, que um caminhão caiu no Rio Formiga, inviabilizando a coleta da água que atende a maior parte da cidade. Pedidos foram feitos em vários programas de rádio populares e nos jornais, pedindo à população que a economizasse, pois essa haveria de faltar. Pois bem, mesmo com todos esses apelos, um simples passeio pelas ruas da cidade me mostra o quanto nossa população não tem senso de comunidade. Pessoas lavando carros, calçadas, garagens. Parece que a falta de água não lhes assusta! Sendo nossa cidade de topografia irregular, muito acidentada, e o fato de a água atender obrigatoriamente à lei da gravidade, é lógico que nas partes mais baixas da cidade não haverá falta do líquido da vida, mas e nos bairros altos? Minha casa, por exemplo, no alto do Ouro Negro, que já sofre constantemente com a falta de água (o que me obrigou a instalar caixa reserva no quintal, para completar o reservatório útil de cima da casa), nesses dias de falta, nem mesmo a caixa de baixo se enche.
            Pois bem, se nos dias normais, quando os moradores da parte mais baixa – ou menos alta – do bairro desperdiçam água já é um pecado – ou crime – que dirá então, meu caro e consciente leitor, de saber que nesses dias de falta propagandeada dela, muita gente continuar lavando ruas, calçadas e carros? É um absurdo, uma irracionalidade. Como pode alguém que mora na cidade, ou seja, em comunidade, não saber que o bem precioso que desperdiça acintosamente é vital para quem mora um pouco acima.
            Esse sentimento de provimento individual prioritário, ou seja, minhas necessidades acima das necessidades da comunidade, mesmo que as minhas não sejam mais vitais, é o que causa os desmandos que vemos todos os dias. É a tão nefasta e famosa “lei de gérson” (não a denomino em maiúsculas por nada nesse mundo), que nos diz que temos que levar vantagem em tudo. Por ela, escolhemos quem nos oferece mais vantagens, quem mostra nos reconhecer no meio da multidão, embora nem saiba nosso nome. Por ela escolhemos até nossa igreja. Ela transformou os valores que passamos para nossos filhos, que não mais precisam ser bons, têm que ser espertos. É ela que nos diz que temos que votar naquele canalha que está pendurado numa liminar contra a Lei Ficha Limpo, mas traz verbas – que nem sempre são usadas idoneamente – para nossa cidade.
             É tudo interligado. Nossos representantes são uma amostra da sociedade – ou ajuntado de gente – que somos. A corrupção deles lá em cima não é diferente da nossa aqui embaixo. Se lá eles roubam milhões, aqui furamos a fila do banco, não devolvemos um troco a mais que nos foi dado, sujamos as ruas, desperdiçamos água.
            Como querer que tenhamos leis boas, factíveis, que valham para todos os cidadãos e todos os municípios, se nem perguntamos ao nosso candidato a legislador qual o seu projeto político? E, quando o fazemos, nos importa apenas a quantidade de vantagens ele pode nos trazer? Se não nos preocupamos com sua vida pregressa, se o abraçamos apesar de seu passado muitas vezes – quase todas – muito mais sujo que a rua que lavamos com a água desperdiçada? Como imaginar que tenhamos um dia serviços públicos dignos, se o que importa é se somos amigos de um vereador, de um juiz, de um policial, de um deputado ou até mesmo que um padre ou um pastor, para sermos atendidos preferencialmente em nossa necessidade? Se, tolamente, desperdiçamos algo que a população toda pagou com seu imposto?
           Definitivamente não nos incluímos na sociedade. Não aceitamos dividir com justeza o que é de direito dos que nos cercam. Se, buscamos acima de tudo o acúmulo de bens e usos, não temos consciência que ninguém deve ganhar mais que o combinado. Que, sempre para que alguém leve vantagem, alguém tem que perder. Que diferença faz se essa perda é um desfalque no orçamento público para a construção de um pronto-socorro ou de uma escola, ou no negociar desonesto de um carro, ou no furar de uma fila, ou no apagar de uma multa de trânsito? Que diferença faz se o que os importa não é o direito, limitado pelos deveres, que temos e sim a influência que conseguimos ter, mesmo que para isso tenhamos que comprometer nossa dignidade? Nenhuma, pois essa influência só nos fará cercados de puxa-sacos, desonestos, em nada diferentes de nós.
            Não somos uma sociedade, somos um ajuntado de seres irracionais, vivendo como nos primórdios nas savanas africanas, como predadores e presas. Os espertos são predadores, abatem suas presas – os ingênuos ou tolos, ou honestos, como queiram – e são ovacionados por isso. Sempre aplaudimos e seguimos aqueles que conseguem levar mais vantagens, afinal, são mais espertos, por isso, nossos ídolos.
            Prá pensar: É muito mais fácil ostentar sucesso a qualquer custo que tentar provar que vale a pena remar contra o rio de lama!
Educação! Falta educação!

Paulo César Pacheco, 07/08/2011!

sábado, 30 de julho de 2011

Mundo absurdo!

Mundo absurdo!

Por mais que tente,
Não consigo ver diferente,
O mundo está insano, pirado.
Vejo gente matando por Alá,
Vejo gente matando por Cristo,
O mundo perdeu a razão,
Sem razão, não sei se existo!
Tem gente que mata por nada,
Ou será que nada para eles é tudo?
Tem gente que mata por pó,
Que rouba comida de crianças, sem dó!
Tem gente que rouba remédio,
Pra que? Se já tem tanto dinheiro,
Que vive uma vida de tédio,
E consome o dinheiro com o pó!
Tem gente que mata o pai, a avó,
Em troca de nada, uma tragada,
Uma vida largada, um zumbi!
Pra dizer a verdade não sei onde estamos,
Não sei como chegamos aqui.
Não sei onde perdemos o fio,
Não sei o que foi que perdi.
Não sei, não sei!
E o sol nasceu lindo hoje,
O céu de um azul incrível, luminoso,
Como fundo de um ipê roxo,
Tão bonito que confunde olhar do poeta.
O sorriso de uma menina linda,
O bom dia da senhora idosa,
Parece mostrar que há vida ainda.
Por que ninguém vê?
Não sei, não sei!

Um imenso abraço, Paulo César Pacheco, 30/07

domingo, 17 de julho de 2011

Funk!

Funk!
            Detesto o funk! Não que eu seja um expert em música, pelo contrário, sou leigo. Nunca fiz nenhum curso de música nem ao menos toco qualquer instrumento. Não posso nem ao menos dizer que é ruim ou bom. Mas, seguramente posso dizer que detesto. Que não suporto ouvir. Além de não gostar das músicas, das vozes dos cantores, as letras são horríveis e isso eu sei dizer. São de um português sofrível, com argumentos piores ainda. Além de ser o que de mais obsceno e pernicioso tem sido criado em termos de música no Brasil.
            Nunca ouvi um único funk que não fosse obsceno, se houver, peço encarecidamente que alguém me indique. Ainda que tal música exista, ela nunca será tocada num baile, visto que a obscenidade, a violência, a falta de limites e a apologia ao uso de drogas são os principais chamativos de tais eventos. Criou-se neles um ambiente em que a libertinagem, e a falta de limites, de civilidade são latentes. Ganha mais moral quem for mais escroto, mais violento, mais sacana, tiver mais conceito com o dono do morro. Ainda que para isso, tenha que fazer uma música que fala abertamente de guerra de facções rivais, de armas e que denigra a ação da polícia. Ou até mesmo músicas de mulheres dizendo gostar de sexo anal. Ainda que gostem, respeito isso, é de uma grosseria sem limites, trazer a público suas preferências na cama.
           A probabilidade de surgir uma briga de graves conseqüências é muito grande, visto que moças vão a esses bailes em trajes obscenos, dançam músicas que enfatizam deliberadamente essa obscenidade, num ambiente, onde, muito provavelmente, drogas são liberadas e o consumo de bebidas idem. Imagino um imbecil drogado se requebrando enquanto sua namorada de micro short, também dançando, senta no colo de outro. Se esse idiota tiver uma turma maior que a do outro e acordar para o fato, certamente vai arrumar uma grande briga. Mas, por incrível que pareça, não terá sido nada que ele não tenha procurado. Mesmo aqui em Formiga acontece isso. Peço ao amigo leitor que observe as pessoas indo a um show de funk no terminal rodoviário. Buscam a todo custo imitar os cariocas, seja no jeito de vestir, de dançar, até mesmo o jeito de falar mudam. Mudam também seus valores, suas crenças, tornam-se, embalados pela música, ou melhor, pelo lixo, mais violentos. Considere que há no lugar, mulheres que se oferecem, muita bebida e talvez alguma droga, e teremos como no Rio, brigas violentas, não raro com facadas.
           É incrível que mulheres ouçam e gostem de músicas que nada fazem além de desmerecê-las, rebaixá-las. Nunca ouvi um único funk que não as rebaixe. Como entender que uma mulher, depois que as mulheres lutaram tanto e ainda lutam para conseguir respeito na comunidade, se rebaixe a tal ponto? E o pior, que ela goste!
          Definitivamente não quero que as mulheres sejam carolas, virgens, nem tampouco uso argumentos religiosos uma vez que não sigo nenhuma religião. Acho linda uma mulher de mini-saia, acho sensacional que toda aquela repressão do passado tenha acabado, acho a virgindade uma grande idiotice que os homens criaram para se impor. Mas, a falta de respeito e a submissão que o funk prega, passa longe de tudo que as mulheres conquistaram. Fico imaginando, se alguém cantasse uma idiotice dessas na década de sessenta ou setenta, certamente ia preso por desrespeito para com as mulheres. Falo de civilização mesmo, de respeito, sem o qual, o resultado é esse que vemos todo dia na televisão. Guerras urbanas, drogas, violência desmedida. É um desrespeito quando alguém que gosta dessas besteiras acha que todo mundo tem gostar e coloca o som de seu carro num volume muito acima do educado e impregna o ambiente com a mesma droga que devia ficar confinada dentro dele.
            Penso, como democrata que sou, que não cabe ao Estado proibir o funk, claro que não. Sua proibição o tornaria apenas escondido, subversivo, não extinto. Penso que cabe ao Estado não patrocinar, não apoiar, como recentemente a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, aprovou lei considerando o funk como parte da cultura do estado. Absurdo! Aqui em Formiga, também há algum tempo, vi no desfile cívico de uma escola estadual, a fanfarra tocando funk. Outro absurdo ainda maior! Como pode ser possível que uma escola aceite misturar civismo com uma imbecilidade desrespeitosa dessas? Fica muito difícil desenvolver um senso de cidadania nos jovens, quando nem mesmo na escola eles escapam desse vírus, ou seria bactéria?
           Se o funk tem mercado cativo entre esses imbecis desmiolados, cabe ao Estado dar opções de lazer sadio aos jovens, dar opções de escolha num ambiente extremamente contaminado por essa idiotice espalhada feito poeira ao vento. Não é possível que num país de poetas, músicos da melhor qualidade, não surja nada de qualidade que, se apoiado pela mídia, não consiga se contrapor a tanta imbecilidade. Se o estado quiser, a mídia divulga. Basta ver que a parcela de publicidade divulgada pelas televisões é em grande parte contratada pelo poder público.
           Cadê nossos intelectuais? Nossos pensadores? Estamos perdendo nossa juventude para os traficantes! O crack está aí!!

Um imenso abraço, Paulo César Pacheco.
paulomg43@hotmail.com

domingo, 10 de julho de 2011

Influência!

                                                                          Influência!
                   Dois fatos divulgados em Formiga essa semana são dignos de análise. O primeiro é o imbróglio entre o vereador Moacir Ribeiro, que teve o mandato extinto depois foi reempossado e depois novamente perdeu o mandato. Não li o processo, não estou, portanto, apto a dizer se está certo ou errado ele continuar como vereador. Nem mesmo a leitura da justiça é contundente visto que as decisões são antagônicas. Não vou opinar então! No entanto, é fato conhecido na cidade que ele fez sua longa carreira política ajudando as pessoas do seu bairro. Não me cabe dizer também se, de má fé ou não, visto que o próprio povo acha que a função de um vereador é mesmo ajudar as pessoas nas suas necessidades imediatas, como agendar consultas, remédios, cestas básicas, contas de água e luz e afins. O próprio fato de ele morar num dos bairros mais carentes da cidade, faz com que essa tarefa seja mais fácil e tenha até certo cunho social. O povo pensa: “elegemos ele, então temos que cobrar que ele nos ajude”.
                    Posso falar o que quiser que eu não ou conseguir convencer ninguém que isso não é função de vereador. Ninguém entende que a função deles é conseguir que o poder público propicie a todos os cidadãos, indiferente do bairro onde moram ou de sua classe social, serviços públicos de qualidade. A prefeitura deve, por exemplo, ter um serviço social que atenda a população em emergências sociais, distribuindo cestas básicas, assim como deve ter um pronto socorro decente, um sistema de consultas, exames e internações de acordo com as necessidades da população indiferente de quem precisa ter ou não o apoio de um vereador. Assim como escolas, calçamentos de ruas, redes de água, esgotos. Tudo deve ser prestado de forma eficiente e igualitária a todos os cidadãos. Votamos neles para que promovam e fiscalizem essa igualdade de condições.
                  No segundo, a ida do prefeito a Brasília, ao gabinete do deputado Odair Cunha, buscar recursos para Formiga. Foi buscar recursos para a reconstrução de uma ponte e as passarelas, destruídas na enchente de 2008. Penso que se o prefeito precisa de determinada verba que é pública – pois juntada dos impostos que todos nós pagamos – e lícita, essa necessidade é legal, portanto, ele não precisaria de intermediação de um deputado para conseguir, bastaria ir direto à secretaria ou ao ministério em questão, apresentando toda a documentação necessária. Se não precisa ou não é legal, ele não deveria conseguir, nem mesmo tendo o deputado mais influente do país ao seu lado.
               Essa forma de liberar verbas que é usada no Brasil, cria o que vemos diuturnamente nos jornais. Além de desvios, falcatruas, o dinheiro nem sempre vai para onde o contribuinte mais precisa dele, pois tem que atender o interesse do deputado influente antes do interesse da população. Por isso, surgem hospitais inacabados, estádios para dezenas de milhares de pessoas em cidades com três ou quatro mil habitantes, viadutos e pontes que ligam nada a lugar nenhum e em contrapartida, hospitais de cidades do interior superlotados, pronto socorros absurdamente deprimentes com médicos sem os recursos mínimos e pacientes morrendo, casas populares que se desmancham, cidades sem esgoto ou água tratada, idosos que têm que ficar dias nas filas para conseguir uma consulta, falta de escolas, professores mal pagos e desinteressados frente à violência da qual são vítimas constantes, ruas sujas, favelas, poluição dos rios, zumbis viciados e maltrapilhos andando pelas cidades, a violência policial, a impunidade, a justiça que não atende os anseios da população, principalmente a mais pobre e todas as mazelas que se fosse relatar aqui, gastaria um monte de artigos.
                  Quando votamos em deputados pelas verbas e não pela sua atuação parlamentar, estamos perpetuando essa miríade de deformações. Estamos vendendo nosso voto em troca de serviços que são nossos direitos. Desconsideramos que o Estado Democrático de Direito prevê direitos e deveres para todos os cidadãos e que esses devem nortear nossa vida. Assim ninguém, mas ninguém mesmo deveria ficar devendo favores a ninguém por um serviço prestado de forma legal pelo Estado.
                Pergunto então: qual a diferença entre o prefeito ir a Brasília pedir verba para o deputado Odair Cunha e uma senhora idosa da Vila Padre Remaclo ir à casa do vereador Moacir pedir uma ajuda para comprar um remédio para seu neto doente? Nenhuma! A não ser o fato de a senhora estar usando uma roupa velha e puída do dia e estar acompanhada de outro neto e o prefeito estar de terno e acompanhado de um assessor (outra imundice da política brasileira). Embora ambos estejam buscando algo que é seu direito, preferem fazê-lo através de intermediários. Acham que se tiverem alguém influente para ajudá-los conseguiram mais rápido o que buscam.

Paulo César Pacheco
paulomg43@hotmail.com

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Democracia

Democracia!
         Minha filha, de todos os ideais, o mais difícil de ser defendido é o democrático. Embora seja usado por todos, principalmente pelos políticos em busca de votos. É, por certo, muito bom para qualquer político se dizer “democrata”. Como a grande maioria da população não sabe o que é realmente é isso, vai ver naquele que lhe consegue mais “vantagens” um real democrata. Não é! Democracia significa “governo escolhido pelo povo” e em nome desse exercido. O ideal democrata tem como definição máxima, pelo menos para mim que sou leigo, uma frase de Voltaire, pseudônimo de François Marie Arouet, poeta, escritor, ensaísta e filósofo francês, do século 18 – “Não concordo com uma única das palavras que dizes, entretanto, daria minha vida pelo seu direito de dizê-las”.
          Isso significa minha filha, que numa democracia, tudo, mas tudo mesmo que um cidadão tem ou deve ter do estado, é direito seu. Não fica ele devendo um nada por qualquer coisa que tenha conseguido, assim como não deve o cidadão, buscar dos recursos do estado, nada além daquilo que está explícito na lei como seu direito. As leis devem, muito claramente, demarcar os deveres e direitos dos cidadãos. Para que existam leis justas, que partilhem de forma equânime os recursos que os cidadãos pagam de impostos é que existe o Poder Legislativo.
          No Brasil, vemos de forma equivocada a atuação do Legislativo, advindo daí a péssima reputação que esse importante poder tem na sociedade. Achamos que o bom deputado ou vereador é aquele que nos destina recursos, que se legais, já deveriam estar expressos na lei. Se não legais, não deveriam ser destinados. Não é correto, nem ético, que um candidato a qualquer cargo público, consiga votos através de verbas destinadas a quem quer que seja. Quando valorizamos isso num candidato, aceitamos que, para ter acesso a algo que é nosso direito, tenhamos que abrir mão da nossa ideologia. Temos que aceitar candidamente que, para ter algo que é meu direito, teria que agradecer com submissão a alguém que em tese, teria “trabalhado” para que essa minha necessidade fosse atendida. Isso é inadmissível!
           Não deveríamos votar em quem nos oferece vantagens. Não deveríamos ter ou querer ter vantagens. O certo é termos representantes que olhem para o bem comum, que façam seu trabalho representar toda a sociedade, indiferente de qual seja a doutrina ou ideologia de cada cidadão. As leis feitas ou propostas por quem quer que esteja no cargo de legislador, devem servir de regras para a vida de todos os cidadãos, dando a todos os mesmos direitos e deveres. É preciso que tenhamos consciência de que, se conseguimos qualquer coisa de forma ética, idônea, honesta, disputada em igualdade de condições com outros concorrentes, não ficamos devendo favor nenhum a ninguém. Temos, pois, o direito de expressar a nossa opinião, que deve sempre ser respeitosa, em qualquer lugar. Quando, ao contrário, usamos de influência, e poder para conseguir o que queremos, vamos ver nossa opinião submetida aos interesses daqueles que nos propiciaram vantagens. O popular “rabo preso”.
           É preciso lembrar que, embora tenhamos plena consciência de nossos direitos, o cumprimento de nossas obrigações é, e sempre será primordial para a busca deles. E que o respeito é fundamental. Por mais que estejamos certos, qualquer pendência deve ser resolvida com respeito. Ser forte, não quer dizer ser agressivo, isso por sinal é característica dos covardes, que, não tendo argumentos, dão ordens aos berros.
        Filha, prá pensar: Para que alguém leve alguma vantagem, alguém certamente terá que perder.

Um beijo, Paulo César Pacheco (Papai)