quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desnuda!

Desnuda!

Uma moça desnuda,
No pescoço uma jóia azul,
Uma pedra bonita num cordão de ouro.
O cabelo grande, solto, louro e cheio,
Que o vento faz questão de balançar.
No rosto um sorriso imenso, bonito.
Nas mãos uma flor vermelha,
Que ela leva ao rosto e sente seu perfume.
No corpo uma única peça de roupa,
Uma pequena e linda calcinha branca.
Nos pés sandálias amarradas nas pernas.
Com salto alto, fino e sensual, ela desfila.
Seios magníficos, lindos, grandes, perfeitos,
Movimentam-se suavemente com seu andar.
Que idade ela tem?
Não sei!
Não importa!
Deusas não têm idades!
Caminha sozinha no meu sonho,
Ouvindo as músicas que enchem minha cabeça.
Seu sorriso é só meu,
Enfeita apenas o meu jardim imaginário,
Ou real, não sei ao certo,
Que existe na minha cabeça de poeta, de romântico.
Só eu a vejo, só eu sinto seu perfume.
E, nele, a noite é sempre quente, de lua,
Com uma penumbra ilógica, enevoada, da noite seca.
Assim ela vem toda noite.
Surgindo da névoa,
Caminha sorrindo, sorri caminhando.
Se, é certo dizê-la seminua,
Certo seria também dizê-la semi-vestida?

Um imenso abraço, Paulo César Pacheco, 27/09/11.

domingo, 18 de setembro de 2011

China!

China!
            Princípio da década de oitenta. Um empresário americano tem mil empregados numa fábrica de eletrônicos. Produtos de grande aceitação no mercado e com muita concorrência. Então ele descobre que se produzir na China ao invés de fazê-lo nos Estados Unidos, terá um produto mais barato, ainda que de qualidade inferior, mas, mais barato. Ele então não tem dúvidas, demite seus funcionários, monta uma parceria na China e passa a produzir lá e com seus preços muito abaixo dos concorrentes, ganha fácil o mercado. Num curto espaço de tempo, é entrevistado por redes de comunicação para explicar o sucesso de seu empreendimento. Pouco tempo depois, outro e mais outro e mais outro ainda seguem o mesmo caminho. De repente, já quase não tem fábricas no seu país. Um país que outrora era exportador de manufaturados e tecnologia de repente se vê importador de tudo e passa a depender do consumo interno para manter a economia rodando. Mas, como manter consumo interno se, os empregos foram exportados? Sem os bons empregos nas fábricas, as pessoas se endividaram, acreditando numa propaganda de que o giro do crédito é fácil. Você compra uma casa financiada (hipotecada, como dizem lá) refaz o financiamento por um preço maior e com o dinheiro que sobra, você a enfeita, troca o carro e assim vai aumentando sua dívida garantida pela mesma casa, pois como todo mundo faz a mesma coisa, o preço das casas sobe e o gerente do banco te liga informando isso e que você pode, por isso, pegar um pouco mais de dinheiro. Uma imensa bola de neve vai se criando. O dinheiro, que na realidade é gerado com a produção e existe para comprar produtos, claro, e bens, se torna fictício, pois, o que ele compra é algo que já tinha sido comprado. Nada é realmente produzido. E, não se produziu nada porque as fábricas estão produzindo riquezas reais noutro lugar. Todo mundo ainda te emprestar dinheiro, pois os bancos também gostam da ciranda, pois como o mundo inteiro compra seus títulos, sem saber, claro, que são sustentados em vento, a roda gira e a bola de neve cresce.
            Até que um dia, alguém não consegue mais rolar a própria dívida e isso se transforma numa onda, todo mundo vê que na realidade, suas casas estão muito acima do preço real e que não podem mais pagá-las. Como não conseguem rolar a bola de neve, não conseguem mais consumir nada. O comércio sente e começa a demitir os empregados. Os bancos no mundo inteiro se vêem de repente com uma montanha de papéis que mesmo não valendo nada no mundo real, representam peso nos seus balanços. Os governos vêem a crise e emitem uma montanha de dinheiro de vento para salvar os banco e estimular a economia. Solução por pouquíssimo tempo. Não demora e a crise que era dos bancos passa a ser dos Estados, pois, como emitiram dívidas para socorrer os bancos, usaram dinheiro inexistente, agora, os bancos, ou melhor, os banqueiros, que não são bobos, não querem socorrer os Estados. Ninguém rasga dinheiro que seja seu ou que seja dos outros, mas que possa ser apropriado.
          Pois bem, qual a causa da crise? Não teria sido lá atrás, quando, na expectativa de ganhar mais, os empregos foram levados para outro lugar onde as pessoas não tinham ou não têm ainda direitos, e por isso a mão de obra muito mais barata? Penso que, mesmo que se consiga produzir mais barato, sem empregos nas fábricas, diminuem os bons salários e, sem estes o consumo seguro, o crédito seguro. Ainda que tenha existido num primeiro momento a impressão de que havia crescimento, ele era falso, pois baseado no consumo de uma população cuja maioria perdera os melhores empregos.
        Pois bem, todo esse texto (que embora pretenda mostrar uma realidade, foi baseado na história de um empresário fictício, claro) é para mostrar algo que acontece hoje no Brasil. Leio constantemente nos jornais que as importações de produtos chineses estão invadindo o mercado brasileiro. Vejo isso no dia a dia também. Li no jornal de hoje (Estado de Minas, 18/09/11) que muitas empresas brasileiras estão transferindo sua produção para lá. Dizem os empresários que o movimento é de defesa, se não fizerem assim não competem e correm o risco de fechar.
         Essa semana o governo brasileiro aumentou o imposto de importação de carros, buscando encarar diretamente as fábricas chinesas e coreanas que estão começando a fazer sombra. Temo que isso seja inócuo. A diferença de preços é tamanha que essa medida vai causar é o aumento do preço dos produtos brasileiros, não a diminuição das importações. O correto, creio eu, seria baratear e melhorar nossa produção, fazendo com que nossas indústrias fiquem aqui, produzam riquezas reais aqui. Como? De imediato, diminuindo a corrupção, diminuindo a burocracia, tendo regras claras. Isso só, já faria os gastos públicos minguarem e, com isso, teríamos juros civilizados, menores impostos e claro, consumo consciente. A médio prazo, melhorar a educação. Isso é fundamental para perpetuar a competitividade.
          A pergunta que faço é: Será que o que está acontecendo aqui não é parecido com o que aconteceu em outros países?

domingo, 11 de setembro de 2011

Reforma política!

Proposta para a reforma política.

Voto facultativo – Vota quem gosta, lê e conversa sobre política. Pessoas que sabem qual a função de cada poder, por isso é um voto muito caro para ser comprado.
Financiamento público de campanhas – Bem regulamentado e fiscalizado, tira as empreiteiras, bancos, e demais empresas da campanha política e, por conseguinte, elimina o dever que o eleito tem para com seu patrocinador. Aceito o financiamento privado apenas por pessoa física, com recibo e dedução no IRPF.
Fim das emendas parlamentares ao orçamento – Tanto faz se para prefeituras ou para ONG’s, deputados não deveriam ter o poder de destinar dinheiro público para nada. Isso é função do executivo. Se valesse, não teríamos deputados que são nada mais que despachantes de prefeitos em busca de verbas, nem ONG’s picaretas.
Fidelidade partidária – Quem for eleito por um partido deve concluir o mandato por ele. Se mudar de partido, perde o mandato. Salvo com autorização judicial (desavença ideológica, constatação de erro de conduta por parte dos integrantes do partido, por exemplo).
Cláusula de Barreira – O partido que não conseguisse pelo menos cinco por cento dos votos na eleição seria extinto. Com isso, fortaleceríamos os partidos, eliminando os partidos criados só para abocanhar uma fatia do Fundo Partidário e para vender os minutos na propaganda política na TV.
Voto aberto nas sessões da Câmara e do Senado – O voto do deputado ou do senador, pertence ao eleitor que votou nele e esse tem, portanto o direito de saber como ele está votando.
Fim da imunidade parlamentar – Os legisladores não deveriam ter o direito de pedir a imunidade parlamentar para crimes que não se relacionam com o parlamento diretamente.
Voto no Distritão – Com o fim da eleição proporcional. Cada estado seria um distrito eleitoral. Quem tivesse mais voto seria leito, indiferente de quantos votos o partido conseguisse. Nesse caso o palhaço Tiririca não teria levado mais três candidatos - que o povo não queria eleitos, diga-se de passagem - com ele.
Prioridade de julgamento – Todo agente público envolvido em qualquer crime que fosse teria sua apuração e julgamento executados com prioridade pelo Judiciário. A pena, por causa de a pessoa ser pública, deveria ser dobrado, com seus bens arrolados para leilão e ressarcimento ao erário em valor dobrado ao desviado e em prazo não maior que um ano.
Redução dos cargos comissionados – Redução drástica dos cargos comissionados. Funções técnicas, tanto em estatais quanto na administração direta não deveriam ficara a cargo de políticos.
Criação de ministérios – O executivo deveria ter um número de ministérios (ou secretarias estaduais) que deveria ser fixado pelo Congresso. O aumento desse número, só com aprovação do Congresso Nacional.
Paulo César Pacheco, 11/09/2011.