quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Democracia!

Democracia.
           O que é realmente democracia? Já achei que fosse um sistema em que a vontade de cada cidadão valesse. Mudei meu conceito. O correto, penso eu, é que na democracia, o que vale é a vontade da maioria. Por isso, o ideal democrata é o mais difícil de ser seguido, pois ele supõe aceitar que a vontade de outros também possa sair vencedora em determinada disputa. Ainda que tenhamos a certeza que nosso ponto de vista seja melhor para o todo, ainda que em nada concordemos com outra proposta, uma vez submetida a escrutínio, o resultado tem que ser aceito. Por isso a democracia, para ser legítima tem que ser baseada em leis, em regras, não em influência. Tem que ser baseada, lastreada em uma imprensa livre, com direito de opinião e sujeita às leis que a obrigue a se responsabilizar pelo que veicula.
         Não concordo definitivamente com o voto dado a bandidos condenados, ainda que numa única instância, como temos vários de nossos congressistas. Mas, se a lei permitiu que se candidatassem e os eleitores os escolheram, essa opção tem que ser respeitada. Penso que o que me cabe fazer é tentar mostrar, explicar para as pessoas que devemos escolher melhor, com critérios justos (lembrando sempre que esse é o meu critério, portanto, é justo do meu ponto de vista).
         O mal da nossa democracia é que a vemos como o meio de tirarmos vantagens, seja para nossa cidade, nosso bairro ou buscando vantagens pessoais, como um emprego, uma cesta básica, um remédio, etc... Isso na realidade não é democracia, porque como se baseia na busca única da vantagem, deixa de fazê-lo tendo a comunidade como um todo, como norte e, por isso, deixa o mais importante de lado que é fazer com que ela, a sociedade, viva sob regras claras, duráveis, justas e igualitárias. Nossas leis são adaptadas de acordo com a vontade ou necessidade do ocupante do poder.
         O fato é o seguinte: sendo democrata ferrenho, creio que mesmo que as pessoas não vivam a democracia plena, é assim que escolheram viver. Cabe-me então aceitar a escolha da maioria, que é viver governado por pessoas cuja reputação é questionada diuturnamente. Devemos mudar? Claro! Mas dentro das regras, com conscientização da população, com educação, com exemplos. Mobilizando a sociedade, tornando-a a par da função de cada poder, valorizando a dignidade, o respeito ao invés da esperteza. Essa mudança, para ser duradoura, nunca deve ser afoita, violenta.  O fato de bandidos conseguirem levar vantagens por não terem escrúpulos, não me permite usar de meios escusos para conseguir poder, eu estaria, nesse caso, me tornando tão bandido, quanto os que digo questionar.
        Quanto tempo demora uma mudança dessas? Não sei, mas, se quero que ela dure por muito tempo, ela tem que ser bem cimentada. Não tem como ser diferente. As revoluções violentas, como nunca têm o apoio total da sociedade, e se baseiam na fala de um líder ou um grupo deles, podem até mudar um sistema, mas o resultado mais certo é que trocam um ditador por outro. Um sistema viciado por outro.

Um abraço, Paulo César Pacheco, 12/10/11!

Um comentário:

  1. Precisamos perguntar novamente às sociedades se ainda querem viver no sistema que "escolheram".. Sistemas que, como sabemos, se impuseram sem perguntar ao povo que sistema desejavam... è preciso perguntar para que, a través da resposta por voto de cada um interessado, se possa saber da "legalidade" do sistema..

    http://www.causes.com/causes/632542-junte-se-democracia-participativa


    Abraços
    Rui Rodrigues

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