segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Religião!

                                                            
          O mundo tem sete bilhões de habitantes. Vamos imaginar que a metade de toda essa população siga alguma religião. São três e meio bilhões de pessoas. Acho não será superdimensionado imaginarmos que a metade dessa população faça orações pelo menos uma vez por semana. São um bilhão e setecentos milhões de pessoas rezando. Não exageraremos se imaginarmos que a metade desse contingente seja de pessoas mais envolvidas nas religiões, que reze todos os dias. São oitocentos e cinqüenta milhões de pessoas rezando todos os dias! Esse raciocínio é muito simplificado, minimalista até.
         Pergunto então aos amigos: quem reza, o faz pedindo principalmente o que? Ou melhor, qual pedido estará certamente presente em todas as orações? Mentiremos se dissermos que a paz, em todas as suas esferas, será esse pedido constante? Claro que não!
         Ouso então perguntar aos amigos: se todas essas pessoas imploram por essa paz, o fazem porque crêem que seu deus é capaz de suprir essa sua necessidade, certo? Então, por que ele não as atende? Se as pessoas acreditam que basta que seu deus estale os dedos e a paz se fará, por que ele simplesmente não faz? Por que ele deixa que as pessoas continuem se matando por causa do nome diferente que as diversas culturas lhe dão? Por que permitir que crianças e idosos indefesos sejam torturados, por covardes mais fortes, muitas vezes escondidos atrás de uma cruz ou de outro símbolo humano qualquer. Por que permitir que populações inteiras morram sofrendo por fome, sede, doenças, se bastaria um estalar de dedos?
        As pessoas, muitas delas, não seguem sua religião por convicção, fazem-no por medo do inferno ou simplesmente para que seu deus os veja com vantagem. Esperam que ele olhe para elas de forma diferente de seu vizinho. Querem se mostrar melhores perante ele, pois fazem mais sacrifícios, enfeitam mais a casa, doam mais, rezam mais, por isso, têm mais direito a bênçãos. O sentimento é tão estranho que tem pessoas se sentem abençoadas, por um motivo ou outro. Ora, abençoado quer dizer privilegiado. Como imaginar que haja justiça numa situação dessas?
        Não sou ateu, sou agnóstico. Não creio em religiões, nem nas suas tradições, seus escritos nem em seus líderes. Não creio que haja uma vida eterna, acho-a improvável, ilógica. Se me perguntarem se creio em deus, vou responder que não sei. Nada tenho que me prova que ele exista, assim como não encontrei prova de sua inexistência. Não creio no acaso, como fonte da vida. Penso que a vida é muito mágica para ser obra do acaso e muito lógica para ser obra de um simples passe de mágica.
       Defino espiritualidade como algo independente de religião. Ela, a espiritualidade, tem muito mais a ver com a maneira com a qual se vê o mundo, suas criaturas, suas beleza, sua luz, sua escuridão, do que com o fato de se pagar dízimo, andar quilômetros de joelhos ou acender centenas de velas. Acho que buscar conhecer a vida e suas razões, preservá-la, respeitá-la, e, por fim, buscar a paz, acima de tudo é viver com espiritualidade.
       Disse acima que não creio na vida eterna por que a acho improvável, mas com certeza, meus amigos, se ela existir, prefiro passá-la no mesmo lugar que um Darwin, um Eintem, um Freud, entre outros questionadores que ao lado de um radical muçulmano com suas setenta virgens, ou ao lado de um bispo pilantra, ou ainda ao lado de um papa, com toda sua pompa.

Um abraço, Paulo César Pacheco, 09/01/12.

2 comentários:

  1. Eu sou um crente: Creio que toda e qualquer pessoa que quiser me doutrinar é um sacerdote...Morte aos sacerdotes!!

    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não sou tão radical. Se alguém quiser me doutrinar, simplesmente vou fazer perguntas que o deixarão sem respostas.

      Excluir