terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mordaça eleitoral!

                                                   
    -      O colunista do jornal Estado de Minas, Baptista Chagas de Almeida, traz hoje 03-01-2012, uma notícia que atesta o quanto nossos legisladores são mal intencionados. O senhor deputado Bonifácio de Andrada, do PSDB mineiro, criou um projeto de lei que visa instituir o sigilo sobre investigação de crimes culposos dos candidatos em período eleitoral. A aberração prevê pena de detenção de até oito meses e multa de até quinze mil reais para quem divulgar “sindicância, procedimento investigatório, inquérito ou processo ou qualquer ocorrência de natureza penal relativa a qualquer candidato ou fato durante a campanha”. Isso, meus caros, valeria até para os meios de comunicação, o que, por si só, já representa um atentado à liberdade de imprensa, um direito da sociedade, garantido na Constituição.
     -     O deputado, que responde por “captação ilícita de votos ou corrupção eleitoral” no STF, disse que o motivo desse projeto absurdo é proteger o candidato de possíveis perseguições de adversários durante a campanha. Palavras dele, segundo o colunista: “impedir que ocorrências na área penal, sem maiores conseqüências, possam ser usadas maliciosamente em campanhas eleitorais”. O caro deputado está simplesmente querendo, com essa idiotice, proibir que a população, fique sabendo que seu candidato responde a processo, o que deve, ou deveria influir no seu voto.
     -     Infelizmente, essa notícia mostra o quanto não nos importamos com a qualidade dos nossos legisladores. Esse senhor está no seu nono mandato, deve ter encaminhado muitas verbas para seu curral eleitoral, por isso se elege sempre e vai se reeleger na próxima eleição, mesmo respondendo a processo e mesmo propondo verdadeiros atentados ao direito do cidadão que paga impostos.
     -     Reitero o que digo sempre aqui e em outros lugares em que escrevo: não teremos um país realmente bom, com justiça ágil, com educação eficiente, com saúde decente, com uma previdência sadia, enquanto não acabarmos com os desmandos. Não acabaremos com os desmandos enquanto não elegermos políticos comprometidos com leis e não com verbas. Com igualdade e não com vantagens.


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