terça-feira, 7 de agosto de 2012

Eleições 2008.


Eleições 2008.

             Há muito tempo, penso participar da política na minha querida cidade de Formiga. Mas não achei um único partido que tenha uma ideologia que coincida com a minha, fato este, que impede claramente que eu concorra a qualquer cargo eletivo. Uma vez que, para tal, precisaria estar filiado a algum destes partidos. Pensei então num outro jeito que eu  pudesse contribuir para melhorar nossa representação. Será que a única maneira que tenho de participar então é com meu voto? Acho que não. Posso contribuir financeiramente para a campanha de alguns candidatos. Pensando assim, decidi escolher quatro candidatos a vereador e um a prefeito que terão, alem do meu apoio, minha contribuição financeira. Claro que como minha única fonte de recursos é lícita, minha contribuição também será lícita, devendo ser lançada na contabilidade de cada comitê de campanha, pois a lançarei na minha próxima declaração de renda.  Também deixo claro que o valor dessa contribuição será de exatos dez reais por candidato. O limite de tal montante se deve ao fato de uma soma maior certamente provocar um baque na minha contabilidade mensal já tão combalida. Isso posto, gostaria também de dizer que tal contribuição está sujeita à aprovação do candidato em um teste sobre política, ética, cidadania, conhecimentos gerais, etc... Ressalto que busco apenas achar candidatos que mereçam meu apoio, portanto são questões que eu acho de relevância para um bom desempenho político.
               Primeiro gostaria de saber sobre teoria política. Portanto gostaria que o candidato definisse com suas próprias palavras algumas expressões, a saber:
1 – Democracia
2 – Estado de Direito
3 – Nepotismo
4 – Clientelismo
5 – Fisiologismo
6 – Estado Laico
7 - Ideologia
               Falemos agora sobre a ideologia:
1 – Qual a ideologia de seu partido?
2 – Qual a importância da ideologia para você?
3 – Você participa das decisões de seu partido?
4 – Qual a função da Igreja no Estado?
              Sobre os Três Poderes:
1 – Qual a função de cada poder?
2 – Qual a função de um deputado especificamente?
3 – Entre as funções, qual a principal?
4 – E de um vereador?
             Sobre cidadania e ética:
1 – Você apoiaria um deputado corrupto que trouxesse verba para nossa cidade?
2 – Você acha correto um político dar uma cadeira de rodas a um eleitor? E cimento?
3 – O que você acha do salário dos vereadores, é justo?
4 – Como você negociaria com a oposição algo de interesse da comunidade cuja idéia não tenha sido sua ou de alguém do seu partido?
5 – Qual a sua opinião sobre dois fatos relevantes recentes, publicados nos jornais? Quaisquer fatos.
6 – Qual a sua atuação se um filho seu for preso em flagrante por um crime qualquer?
             Por último, quem for aprovado neste teste acima, quero que leia um texto publicado numa revista ou jornal e, de próprio punho faça uma analise do assunto pra mim. Sem mais, quem for aprovado ganha minha contribuição de campanha.
Grato, Paulo César Pacheco, 21/08/2008
paulomg43@hotmail.com

domingo, 29 de julho de 2012

A inveja!


A Inveja!
           Os pecados capitais  o jeito de a igreja católica trazer para a vida real seus ensinamentos. Tentar ela, através de seus conceitos, criar regras para uma vida medieval, até então, sem muitas regras, o que era extremamente prejudicial à sobrevivência, tanto de aldeias quanto de reinos. Senão, vejamos: a gula pode ser entendida como o desperdício de comida; a avareza é o não compartilhamento daquilo que lhe sobra; a luxúria é a busca do prazer desmedido; a ira é a briga por causas desnecessárias; a inveja é o interesse pelo que é do outro; a preguiça é a não participação no esforço da comunidade; a vaidade é a valorização de seus próprios dons além do certo. Isso dito, claro, de bem grosso modo. Dentre esses, acho que tenho dívidas impagáveis em relação a alguns. Da gula, da preguiça e da luxúria, por exemplo, como brasileiro que sou, tenho várias contas acertar. Da vaidade, da ira e da avareza, acho que nada carrego comigo. Penso que nesses, passo de liso no acerto. A inveja merece um estudo separado.  Penso que existem dois jeitos de se defini-la, mesmo nunca tendo lido sobre essa divisão e sabendo que na definição real ela não exista, acho que ela pode ser construtiva ou destrutiva.
         Para começar, vamos partir de um princípio que tenho como mote: qualquer um pode e deve querer melhorar, aprimorar, ter mais posses e uma vida mais confortável e segura. Fazer isso, mesmo que mirando nos exemplos de outros é completamente saudável e natural. Entretanto, a felicidade não pode nunca estar no futuro, dependendo de algo mais a ser conquistado. É preciso que cada um seja, a princípio, feliz com o que tem. Conquistar algo é bom, de fato, mas não pode ser essencial para que alguém se sinta feliz. A felicidade, quando dependente de conquistas futuras, nunca chegará, sempre faltará algo.
         A igreja define a inveja só pelo jeito destrutivo de ver. É o querer desmedido pelo que é do outro, pelas suas conquistas, pelo seu status, o invejoso é um idiota que se preocupa mais em derrubar o outro que em crescer. Se, na idade média, era essencial que fosse considerado um pecado e tanto, porque destruiria muito do que as comunidades construíam, hoje é algo quase que propagandeado nos meios de comunicação, embora seja tão pernicioso ou mais que antanho. Você só será feliz se tiver algo que outro tem.  Isso faz com que os limites sejam, digamos, alargados. Quero tanto o que o outro tem que, para tê-lo, posso tranquilamente passar por cima dele. Não podendo, entretanto tê-lo, prefiro destruir tudo que ver outro com a posse. Normalmente as pessoas que invejam, destroem quem está perto delas. Na intenção de competir pela posse, são sempre sorrateiros, amigos (falsos é claro). Se meu irmão ou amigo tem empresa, carro do ano, relógio de marca e eu não consigo, prefiro vê-lo perder tudo, e farei o que for possível, para que ele perca. Se for feliz, se tiver família, paz, isso dói em quem nutre o sentimento de inveja. O simples fato de entrar numa disputa com tal sentimento faz com que já se entre perdendo.
          O outro modo que proponho, é o do exemplo: invejo tal amigo, gostaria muito de “também” conseguir o que ele conseguiu. O “também” está entre aspas porque faz total diferença. Tenho o outro como exemplo, como norte a ser buscado. É fácil imaginar que quem busca se comparar a alguém, não busca destruí-lo, pois o admira. É também fácil supor que a felicidade não está inclusa nessa conquista, ela já existe.
         Tudo isso posto, penso que não tenho acertos com relação à inveja para complicar minha prestação de contas no dia do juízo final. Não que eu não tenha invejado amigos, ou famosos ou outras pessoas anônimas. Tive e tenho inveja. Invejo quem é fluente em vários idiomas, invejo quem é versado em muitas culturas. Invejo que já viu o por do sol ao lado da Esfinge no Cairo. Invejo que já passeou pelo museu do Louvre em Paris, quem esteve na Biblioteca do Congresso Americano, quem já passou pelo encontro das águas em Manaus, quem conhece as muralhas da China, quem já passou pelo Big Ben em Londres ou pelo Museu Hermitage, em São Petersburgo. Invejo que já fez uma viagem pelo Saara, quem entendeu seus mistérios, a cultura de seu povo. Invejo quem já viu a Terra do espaço, que já foi à Lua, mesmo sabendo que para esses dois, por faltar-me coragem, para tentar que seja, invejo-os mais ainda. Invejo quem tem um currículo, tipo, doutor nisso, doutor naquilo, professor da universidade tal, pesquisador de tal coisa. Invejo quem escreveu os melhores livros, os melhores artigos, quem pintou os grandes quadros, compôs as grandes músicas que eu gosto. Invejo quem conseguiu na vida ser respeitado e eternizado pela sua obra, quem passou incólume pelo sistema corrupto que temos. Invejo quem consegue salvar vidas, construir coisas. Invejo quem foi ou é importante para a humanidade, por seus estudos, suas idéias. Invejo os bombeiros, que salvam vidas e, por isso, são ovacionados após cada conquista.
        Não invejo definitivamente, quem tem uma Ferrari, não que eu não gostasse de ter uma, claro que gostaria. Apenas, o fato de não ter uma Ferrari, não me faz a menor falta. Não invejo quem viaja à Paris ou Miami ou Nova Iorque apenas para fazer compras nos shoppings e nas lojas de grife. Acho uma futilidade absurda, nada há que se compre em Nova Iorque ou Miame, que não se encontre no Rio ou em BH ou São Paulo. Minha felicidade não depende disso.
       Quis mostrar com esse texto, que a inveja pode estar entre os sete pecados capitais como também ser vista fora deles, como algo que fez, e faz muita gente lutar e conseguir melhorias, sem prejudicar outras pessoas. Alguns podem dizer que essa inveja construtiva é simples admiração. Não é. Ou pode ser. Quem sabe ao certo? Cada um pode e deve pensar a respeito. Para despertar esse pensamento é que escrevo.

Um abraço, Paulo César Pacheco!

sábado, 28 de abril de 2012

O poeta!

O poeta!

A lucidez e a insanidade brigam na cabeça do poeta.
Diuturnamente escrevem a poesia da sua vida.
Uma escreve os versos rimados, dos dias lúcidos.
A outra os faz abstratos, sem sentido, disformes.
São os que marcam os dias insanos.
O poeta sobrevive já sem entender ao certo, 
Quando é lúcido ou quando é insano.
Luta para que o lado lúcido prevaleça.
Confuso, não sabe mais ele, ao certo, 
Para qual está lutando. 
Não sabe mais quando o verso é lúcido,
Nem imagina quando é abstrato.

Um abraço, meus amigos!!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Baixo Clero


Baixo clero.
                  Essa semana os políticos do baixo clero do PMDB ameaçaram colocar o governo nas cordas. Chantagem mesmo! O pior, é que essa chantagem não é só contra o governo, é também  contra as lideranças do partido, que, segundo eles, tem vantagens também, só não as repassa para a base do partido. Ou seja, os caciques do partido estão negociando o voto dos colegas e não estão repassando as vantagens conseguidas. Segundo eles, o PT está tendo vantagem na distribuição de verbas e cargos, o que pode lhes dar vantagens na eleição desse ano. O que tiraria do PMDB o título de partido com o maior número de prefeitos. Para mostrar sua força de persuasão, os senadores do PMDB votaram, para começo de conversa, contra a recondução do Sr Bernardo Figueiredo para a direção da ANTT. Ele havia sido indicado pela própria Presidente Dilma. Votar contra ou a favor de qualquer projeto, indicação, o que quer  que seja, de acordo com sua consciência, é a função de cada parlamentar. A princípio, sou contra o voto negociado pela liderança de cada partido, creio que o certo, é que todas as votações fossem nominais e feitas no plenário. Os partidos devem entrar com a ideologia, ou seja, a regra geral que teria a força de aglutinar os parlamentares filiados a ele.
                 Como no Brasil não temos partidos políticos, e sim vários ajuntamentos de pessoas em torno de siglas sem sentido algum, cada sigla com seu interesse e, dentro delas, cada parlamentar também com seu interesse individual, ao invés do interesse coletivo, vemos essa chantagem. É muito difícil falar em democracia, quando as leis que nos regem são debatidas por alguns deputados e senadores, líderes de bancadas, os caciques de cada partido, e quando os debatem não visam o que o projeto causar de bem ou de mal, simplesmente mandam sua base, ou o baixo clero, votar contra ou a favor, de acordo com seus interesses eleitorais (não ouso dizer que haja outros interesses menores ainda rsrs...). O grande restante, nem sabe que sua função é debater leis, projetos, orçamentos, aplicações dos nossos impostos. Eles acham mesmo que estão lá apenas para representar suas regiões, seus prefeitos, em busca de verbas melhores que seus adversários. Não há escrúpulos, não há ética. É simplesmente assim: vocês congelam as verbas que nos prometeram e nos votamos contra. Não queremos nem saber quais as conseqüências das leis que criamos ou reprovamos. Se não nos dão as verbas, criamos dificuldades para vocês. É um jogo sujo, em que às vezes o governo é refém noutra é chantageador. Promete verbas, consegue votos, depois congela as verbas, e vai negociando a conta gotas, com o baixo clero. Os caciques, bem, esses nada têm contingenciados, pois, como líderes, são influentes. Não existe lealdade, promessas de lealdade são feitas em troca de favores e são descumpridas de acordo com o lado para o qual o vento toca. Quem oferece mais, leva a “lealdade” momentânea.
                   Não melhoraremos nosso país enquanto não tivermos leis boas. Não teremos leis boas enquanto não tivermos bons legisladores. Não teremos bons legisladores, enquanto votarmos em troca dessas verbas, desses favores. Só melhoraremos a qualidade do poder legislativo, o mais importante da República quando votarmos como cidadãos preocupados com o país todo e não com nosso estado, nosso município, nosso bairro.
Um abraço, Paulo César Pacheco.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Butecologia!


Butecologia!!

                   Quando ouvi a música “Eguinha Pocotó” achei que seria o fundo do poço, que nada poderia aparecer pior do que aquilo. Realmente, acho que não surgiu nada pior nesses poucos anos, mas, na mesma condição, apareceram muitas, não tem como dizer qual é pior. Surgiu um funk, há alguns anos em que uma moça – Tati Quebra Barraco – dizia que a marca de fogões Dako era boa, teve outra moça dizendo que a b... é dela e por isso faz com ela o que quiser. Alguns axés, alguns sertanejos imbecis – o pior é que os caras dizem que é universitário. Tem ainda a Banda Calipso com a Joelma e sua voz horrível. Teve aquela do Crosfox, tem o Luma Santana, tem um tal de Gustavo Lima, com o seu “tche, tcrererê, teche, tchê...”. Tem os grupos de pagode, Vocês se lembram de uma música de pagode, em que o cara, feio prá caramba, dizia “Vou varrendo, vou varrendo, vou varrendo...”. Quase me esqueço do Michel Telô e sua ofensa à música brasileira.
               Pois bem, hoje ouvi uma que, sem dúvidas, é do mesmo nível da “Éguinha Pocotó”, se bem que acho que, nesse nível, estão todas. Essa de hoje, é de uma dupla, chamada João Carreiro e Capataz e a música é a “BUTECOLOGIA”. Não vou descrevê-la, achei-a uma ofensa. Peço aos amigos que a procurem e ouçam. Depois comentem aqui.
              Tenho dito e escrito aqui, que nossas chances de fazer desse lamaçal de sociedade em que vivemos, num país decente, são cada vez menores. Ouvindo um lixo desses, dá vontade de desistir.

Um abraço, Paulo César Pacheco, 02/03/12.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Legislativo!

-É triste o que nossos políticos fazem, ou fizeram com o Legislativo, o poder mais importante da república. Digo o mais importante porque no sistema de equilíbrio de forças, aperfeiçoado por Montesquieu, é no legislativo que são criadas as regras com as quais o Executivo e o Judiciário trabalham. A casa legislativa, onde deveria acontecer os debates fundamentais para o funcionamento do país, foi transformado num balcão de negócios, onde leis são negociadas em troca de verbas e cargos. Seus integrantes hoje, nem ao menos sabem da importância da casa para a qual foram eleitos. Transformaram-se em meros intermediadores de dinheiros para prefeituras e estados. Nos municípios, os vereadores são hoje intermediários de benesses que, em primeira instância, são direitos dos cidadãos.
-Parece que nossos representantes, e aqui falo de todos os partidos, perderam realmente o senso de ridículo. Não se incomodam nem com o veredito das urnas, pois contam com a leniência, a ignorância dos eleitores, obrigatoriedade do voto, não obrigatoriedade de fidelidade partidária, para fazer do seu mandato um simples correr atrás de verbas, sem nenhum compromisso com ideias e ideologias. Sabem que o povo elege quem lhe dá vantagens, quem mostra ter mais influência. Para se ter maior influência, tem que carregar mais votos "na base", para se ter mais votos, tem que ter verbas e mais inaugurações. Para isso, tem que ser apoiador do dono da caneta. Ninguém faz oposição real a quem lhe libera verbas.
-Temos em Brasília 513 deputados e 81 senadores. Nos estados centenas de deputados estaduais. Nos municípios, milhares de vereadores. Cada um com seu séquito de assessores. Quantos desses milhares de "representantes do povo" se preocupam realmente com fazer leis e fiscalizar? Muito poucos. Em Brasília, por exemplo, a gente só ouve falar o nome de dez ou vinte deputados, cinco ou seis senadores. O resto não participa efetivamente do processo legislativo, contentam-se em votar de acordo com seus líderes. Embora assine dois jornais, e os leia todos os dias, não sei nome de mais que uns cinco deputados estaduais, mesmo assim, por denúncias de improbidades mil.
-O povo tende a achar que o legislativo é caro. E é! São tantas as verbas, tantas as ventagens e tão pouca a produção que ele se tornou um poder caro para o povo. Mas é fundamental para a democracia. Sua ausência da cena, cria a situação que temos hoje no Brasil, onde o Executivo legisla por Medidas Provisórias e o Judiciário legisla por interpretação das leis mal feitas na casa legislativa.
-Já escrevi aqui e repito sempre, não teremos realmente uma democracia enquanto não tivermos um Legislativo forte. Não teremos um legislativo forte, enquanto não votarmos por leis, por ideologia, e não por verbas que são direito nosso!

Um abraço, Paulo César Pacheco!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Religião!

                                                            
          O mundo tem sete bilhões de habitantes. Vamos imaginar que a metade de toda essa população siga alguma religião. São três e meio bilhões de pessoas. Acho não será superdimensionado imaginarmos que a metade dessa população faça orações pelo menos uma vez por semana. São um bilhão e setecentos milhões de pessoas rezando. Não exageraremos se imaginarmos que a metade desse contingente seja de pessoas mais envolvidas nas religiões, que reze todos os dias. São oitocentos e cinqüenta milhões de pessoas rezando todos os dias! Esse raciocínio é muito simplificado, minimalista até.
         Pergunto então aos amigos: quem reza, o faz pedindo principalmente o que? Ou melhor, qual pedido estará certamente presente em todas as orações? Mentiremos se dissermos que a paz, em todas as suas esferas, será esse pedido constante? Claro que não!
         Ouso então perguntar aos amigos: se todas essas pessoas imploram por essa paz, o fazem porque crêem que seu deus é capaz de suprir essa sua necessidade, certo? Então, por que ele não as atende? Se as pessoas acreditam que basta que seu deus estale os dedos e a paz se fará, por que ele simplesmente não faz? Por que ele deixa que as pessoas continuem se matando por causa do nome diferente que as diversas culturas lhe dão? Por que permitir que crianças e idosos indefesos sejam torturados, por covardes mais fortes, muitas vezes escondidos atrás de uma cruz ou de outro símbolo humano qualquer. Por que permitir que populações inteiras morram sofrendo por fome, sede, doenças, se bastaria um estalar de dedos?
        As pessoas, muitas delas, não seguem sua religião por convicção, fazem-no por medo do inferno ou simplesmente para que seu deus os veja com vantagem. Esperam que ele olhe para elas de forma diferente de seu vizinho. Querem se mostrar melhores perante ele, pois fazem mais sacrifícios, enfeitam mais a casa, doam mais, rezam mais, por isso, têm mais direito a bênçãos. O sentimento é tão estranho que tem pessoas se sentem abençoadas, por um motivo ou outro. Ora, abençoado quer dizer privilegiado. Como imaginar que haja justiça numa situação dessas?
        Não sou ateu, sou agnóstico. Não creio em religiões, nem nas suas tradições, seus escritos nem em seus líderes. Não creio que haja uma vida eterna, acho-a improvável, ilógica. Se me perguntarem se creio em deus, vou responder que não sei. Nada tenho que me prova que ele exista, assim como não encontrei prova de sua inexistência. Não creio no acaso, como fonte da vida. Penso que a vida é muito mágica para ser obra do acaso e muito lógica para ser obra de um simples passe de mágica.
       Defino espiritualidade como algo independente de religião. Ela, a espiritualidade, tem muito mais a ver com a maneira com a qual se vê o mundo, suas criaturas, suas beleza, sua luz, sua escuridão, do que com o fato de se pagar dízimo, andar quilômetros de joelhos ou acender centenas de velas. Acho que buscar conhecer a vida e suas razões, preservá-la, respeitá-la, e, por fim, buscar a paz, acima de tudo é viver com espiritualidade.
       Disse acima que não creio na vida eterna por que a acho improvável, mas com certeza, meus amigos, se ela existir, prefiro passá-la no mesmo lugar que um Darwin, um Eintem, um Freud, entre outros questionadores que ao lado de um radical muçulmano com suas setenta virgens, ou ao lado de um bispo pilantra, ou ainda ao lado de um papa, com toda sua pompa.

Um abraço, Paulo César Pacheco, 09/01/12.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mordaça eleitoral!

                                                   
    -      O colunista do jornal Estado de Minas, Baptista Chagas de Almeida, traz hoje 03-01-2012, uma notícia que atesta o quanto nossos legisladores são mal intencionados. O senhor deputado Bonifácio de Andrada, do PSDB mineiro, criou um projeto de lei que visa instituir o sigilo sobre investigação de crimes culposos dos candidatos em período eleitoral. A aberração prevê pena de detenção de até oito meses e multa de até quinze mil reais para quem divulgar “sindicância, procedimento investigatório, inquérito ou processo ou qualquer ocorrência de natureza penal relativa a qualquer candidato ou fato durante a campanha”. Isso, meus caros, valeria até para os meios de comunicação, o que, por si só, já representa um atentado à liberdade de imprensa, um direito da sociedade, garantido na Constituição.
     -     O deputado, que responde por “captação ilícita de votos ou corrupção eleitoral” no STF, disse que o motivo desse projeto absurdo é proteger o candidato de possíveis perseguições de adversários durante a campanha. Palavras dele, segundo o colunista: “impedir que ocorrências na área penal, sem maiores conseqüências, possam ser usadas maliciosamente em campanhas eleitorais”. O caro deputado está simplesmente querendo, com essa idiotice, proibir que a população, fique sabendo que seu candidato responde a processo, o que deve, ou deveria influir no seu voto.
     -     Infelizmente, essa notícia mostra o quanto não nos importamos com a qualidade dos nossos legisladores. Esse senhor está no seu nono mandato, deve ter encaminhado muitas verbas para seu curral eleitoral, por isso se elege sempre e vai se reeleger na próxima eleição, mesmo respondendo a processo e mesmo propondo verdadeiros atentados ao direito do cidadão que paga impostos.
     -     Reitero o que digo sempre aqui e em outros lugares em que escrevo: não teremos um país realmente bom, com justiça ágil, com educação eficiente, com saúde decente, com uma previdência sadia, enquanto não acabarmos com os desmandos. Não acabaremos com os desmandos enquanto não elegermos políticos comprometidos com leis e não com verbas. Com igualdade e não com vantagens.