domingo, 15 de maio de 2011

E na rosquina, não vai brasa?

                                             E na rosquinha, não vai brasa?
             O título desse artigo tem por pretensão, claro, perguntar aos nossos políticos se eles não gostariam de ir mesmo t..., sim tomar naquele lugar! Claro que não fica bem para alguém que quer passar uma mensagem séria dizer uma deselegância, portanto, tentei usar de ironia! Só sendo irônico para entender e debater a realidade do Brasil, de Minas e de Formiga. É certo que alguns vão dizer que buscando nos jornais, vamos achar os mesmos desmandos em vários lugares no mundo, mas, fazer o que né?
           Nessa semana que passou tivemos no Congresso Nacional, após debates acalorados, a tentativa de votação do novo Código Florestal. É uma lei importantíssima, que regerá as relações entre produção agrícola e preservação ambiental. O Brasil é hoje a maior fronteira agrícola do mundo, é o maior produtor de vários alimentos ou está entre os maiores de outros, como carne, soja, milho e café. Tem ainda a cana de açúcar, para produzir o etanol, até hoje, a única aposta viável de combustível alternativo ao petróleo. Temos imensas reservas de terras agricultáveis, que grandes grupos externos já viram e estão comprando. Chineses, europeus, americanos, todos de olho na nossa capacidade de produção. Pois bem, como sempre, nosso povo nem discute e nossos representantes no Congresso se dividem entre ruralistas, os que possuem terras e ambientalistas, os ecochatos que acham que produzir em grande escala é sempre errado. Cada um defendendo seu próprio interesse, o Brasil que se dane! No meio da discussão, o deputado Aldo Rebelo, relator do projeto, ao contestar uma mensagem da ex-Senadora Marina Silva, diz que protegeu seu marido, em passado recente, quando esse foi convocado a depor na Câmara sobre uma doação de oito milhões de reais em mogno, apreendido pelo IBAMA, para uma ONG da qual ele era membro da diretoria. Aldo, na época era o líder do governo Lula na Câmara. O interessante é que na época, Marina Silva era a Ministra do Meio Ambiente de Lula, por conseguinte, a pessoa a quem o IBAMA era subordinado. Interessante, não? O simples fato de alguém usar das prerrogativas de palanque especial que tem como líder de uma bancada, para proteger alguém já não é um crime? Aliás, mesmo se não fosse líder de nada, simplesmente na condição de deputado, proteger alguém suspeito de um crime, evitando que esse deponha, justamente para esclarecer o fato, não e crime? Se tivéssemos bons legisladores, essas polêmicas seriam resolvidas de forma confiável.
            Nossos prefeitos se reúnem numa marcha à Brasília, como sempre, de pires na mão. Vejo na notícia que eles querem o fim das emendas parlamentares, algo que sempre defendi aqui. Infelizmente, o ato nada tem de nobre, de mudança ética na condução do dinheiro público. É traição mesmo! Como o governo Dilma freou o repasse das emendas parlamentares, os prefeitos estão literalmente traindo os deputados que lhes prometeram verbas e indo implorá-las diretamente nos cofres federais. É pena que ninguém realmente defenda um verdadeiro pacto federativo, onde prefeituras, estados e a união teriam gastos e fontes de receita realmente definidos, indiferente do partido de cada ocupante de cada cadeira. Nossos deputados poderiam ater-se a legislar ao invés de correr atrás de verbas. Nossos prefeitos saberiam que, se precisassem de uma obra, não teriam que puxar o saco de nenhum deputado pata consegui-la. É pena, mas o povo gosta de políticos que são mais influentes que legisladores, fazer o que?  O Senador Aécio Neves até defende um pacto parecido, em que uma parte maior dos recursos seja destinada diretamente às prefeituras. Não sei ao certo se seria tão simples assim, haja vista o grande número de prefeitos e vereadores cassados, ou pelo menos investigados por fraudes e desvios. Se tivéssemos bons legisladores, esse assunto seria debatido e, certamente, um meio termo seria encontrado.
             Em Formiga, assusta-me a notícia de que o salário dos nossos vereadores vai a quase cinco mil reais. Além do que, teremos mais cinco deles na próxima legislatura, cada qual com seu puxa-saco, ops... assessor a tira colo. Cada qual com seu computador. Não se assustem caros amigos, se daqui a algum tempo, cada qual não quiser um carro também. É muito dinheiro, muito mesmo! Por mais que tente, não consigo achar algo que me convença que um vereador, numa cidade igual Formiga, precise ganhar um salário desses. Muito menos de que precisamos de quinze ao invés de dez vereadores. Basta ver nossa cidade, ruas sujas, esburacadas, pronto-socorro horrível, povo carente, estradas péssimas, executivo ausente. Ora senhores, se o executivo é ausente, a função da Câmara é justamente cobrar, de forma contundente e civilizada que a cidade funcione. Se, tem coisa que não funciona direito, é porque tanto o legislativo, quanto o executivo da cidade são ineficientes. Se tivéssemos bons legisladores, desmandos com nosso dinheiro não aconteceriam.
           E o povo preocupado com o casamento do príncipe e se o Papa vira santo. Por isso, reitero a pergunta aos senhores políticos: e na rosquinha, não vai brasa?

Paulo César Pacheco, 15/05/11.

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